segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quem perde e quem ganha com a restrição aos caminhões em São Paulo


O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab substitiu o rodízio de veículos urbanos de carga com até 6 m de comprimento (VUCs) por restrição total a caminhões na capital paulista.


Os veículos de carga serão proibidos de trafegar de segunda a sexta-feira das 5h às 21h na Marginal Pinheiros, entre as pontes Jaguaré e Morumbi, e nas avenidas Bandeirantes e Roberto Marinho.


As motos também terão a circulação proibida na pista expressa da Marginal Tietê durante a semana e, em 15 dias, começarão a ser aplicadas multas.


Daqui a 30 dias, está prevista a aplicação de multas para os caminhões de grande porte que circularem nas áreas proibidas. O Secretário de transportes, Marcelo Cardinale afirmou que haverá um aumento no número de radares com identificação de placa e fiscalização forte dos agentes da Companhia de Engenharia do Tráfego (CET).


Dados do trecho sul


Após 4 meses, o trecho sul do Rodoanel está ocupado em 30% de sua capacidade. O secretário de Estado de Transportes, Mauro Arce, afirmou que a expectativa da via é atender 180 mil veículos por dia e, hoje, passam cerca de 60 mil. Segundo ele, daqui a 20 anos é que o resultado total será visto.


O tráfego total no Rodoanel ultrapassa 5,6 milhões de veículos desde a abertura. Destes, 60% são automóveis de passeio. O movimento de caminhões já é superior a trechos das rodovias Anhanguera, Anchieta, Raposo Tavares e Castelo Branco.


O custo final dos fretes deve aumentar em até duas vezes. Pela nova regra, estabelecimentos localizados na Marginal Pinheiros, na avenida dos Bandeirantes e na avenida Roberto Marinho terão que receber entregas de veículos urbanos de carga (VUC). São caminhonetes com capacidade para até 4,5 t, ou menos de um quinto de uma carreta - que transporta até 30 t.


Para o arquiteto e consultor em mobilidade urbana Horácio Figueira, a substituição de uma carreta por quatro VUCs é um mau negócio. De acordo com ele, a carreta ocupa em média 2,2 m de largura por 20 m de comprimento, enquanto cada VUC tem cerca de 6,3 m de comprimento. Caso enfileirados e guardando a distância de segurança entre um e outro, os VUCs tomarão um espaço muito maior que o de uma carreta nas vias. "É o transporte da mesma quantidade de carga pelo triplo do espaço ocupado, isso sem falar na poluição produzida", disse.

Outro custo que pode ser embutido na mudança é o pedágio a ser pago no Rodoanel, que começará a ser cobrado para quem vem do interior pelas principais rodovias até o acesso ao litoral pelo sistema Anchieta/Imigrantes. Alguns trechos já possuem esta cobrança, cujo valor varia em cada praça.


A prefeitura sinalizou ainda que a restrição aos caminhões deve ser ampliada para a marginal Tietê, assim que as obras na avenida Jacu Pêssego, próximas à via, permitam a passagem de um fluxo maior de veículos. Para Horácio Figueira, a proibição dos caminhões cria a "sensação" para o motorista de carros de que a pista está mais livre para a sua passagem". "É mais uma mostra da escolha desta administração pela opção do transporte individual", diz.


postado por: Cristina Baddini Lucas

2 comentários:

  1. Caminhão é algo que realmente atrapalha o trânsito... Acho que poderia investir em trens para o trasporte de carga

    E ficamos suportando este tipo de coisa: http://blog.orestesquercia.com.br/congestionamentos-prejudicam-saude-dos-paulistanos-e-atrapalham-a-vida-de-passageiros-e-pedestres/

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  2. Olá, sou estudante de arquitetura estou fazendo meu TFG (trabalho final de graduação) na FAU-USP. Na verdade meu projeto será de desenho industrial (temos essa liberdade lá) e consiste em um veículo de carga leve e urbano. A ideia que tive para fazer esse trabalho era de atender a todas as restrições realizando o abastecimento da cidade normalmente...
    Realmente se comparar-mos apenas as dimensoes e emissões de um caminhão com um VUC, o obvio é a escolha pelo caminhão. O problema é que a cidade não foi pensada para o caminhão, e sim para as carroças e trens (no passado) e para o automovel (sex XX em diiante). Sem contar os problemas logísticos e de demanda, onde usar uma caminhão que pode carregar 30 ton com uma carga de 6 ton é um exagero no gasto de espaço na via e poluição.

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