terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Novo ministro defende gestão e resultados à frente das Cidades



O novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), defendeu nesta segunda-feira uma "boa gestão" à frente da pasta e disse que pretende ter, no primeiro escalão do governo federal, "foco incansável para a coisa pública". Em seu discurso de posse, Ribeiro relembrou que a classe política, em meio a tantos escândalos e suspeitas de irregularidades, está desacreditada, mas disse que buscará fiscalizar "pessoalmente" o andamento de obras, com interlocução junto a órgãos de controle, para garantir o cumprimento dos projetos do governo.

"Nos dias atuais é forçoso reconhecer que vivemos um clima de grande ceticismo em relação à política. Refleti bastante sobre qual papel caberia desempenhar (na pasta). Pessoalmente tratarei da interlocução com órgãos de controle e fiscalizarei o andamento das obras para garantir o cumprimento das metas", disse o novo ministro.

"É possível, sim, ter sensibilidade social à flor da pele e foco incansável para a coisa pública. É possível, sim, pensar grande e agir no detalhe na hora de executar. Isso é modernidade na hora de fazer política, é romper o falso dilema entre política e gestão", afirmou ele. "A boa gestão na vida pública tem que ser política, política no sentido mais amplo. A boa política nos dias de hoje tem que estar baseada na gestão, nos resultados, na realização, no alcance de metas, na busca pelo avanço. Gestão será a nossa prioridade, nossa diretriz e minha maior missão no Ministério das Cidades."

Na solenidade de posse, Aguinaldo Ribeiro agradeceu o antecessor, Mário Negromonte, que deixa o governo em meio a denúncias, e disse que, na nova função no governo, irá trabalhar por projetos que garantam inclusão social à população carente. Entre suas novas responsabilidades como ministro das Cidades estará o controle, por exemplo, do programa Minha Casa, Minha Vida, de construção de casas populares.

Antes mesmo de tomar posse, Ribeiro assinou, conforme registro do Diário Oficial da União, a exoneração do número dois da pasta, Roberto Muniz, aliado de Negromonte.

Entre as denúncias que deram início à onda de suspeitas contra o agora ex-ministro Mário Negromonte está a de uma suposta fraude que teria respaldado tecnicamente um acordo político que mudou um projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, um documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Gomide, teria adulterado o parecer técnico que vetava a mudança do projeto de mobilidade na capital mato-grossense. Com a suposta adulteração, os custos do projeto foram ampliados em R$ 700 milhões.

No caso de Aguinaldo Ribeiro, outra reportagem de O Estado de S. Paulo afirma que estão sob suspeita a suposta destinação política de emendas parlamentares para Campina Grande (PB), município em que a irmã é pré-candidata à prefeitura; a pressão para que repasses governamentais fossem priorizados para a prefeitura de Pilar (PB), governada por sua mãe; e o emprego de um primo, que não daria expediente, em seu gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A queda de Negromonte
O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), foi o sétimo ministro do governo Dilma Rousseff a pedir demissão após denúncias de irregularidades em suas pastas. Ele pediu demissão à presidente em 2 de fevereiro de 2012 por não resistir à pressão, mesmo após negar no Senado as acusações.

Havia, ainda, a suspeita de que o tesoureiro do Partido Progressista, Leodegar Tiscoski, e outros executivos ligados à legenda favoreciam empreiteiras no gabinete do ministério liberando recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Dias antes da demissão, o jornal Folha de S.Paulo publicou que Negromonte teria participado, junto com o secretário-executivo da pasta, Roberto Muniz, de reuniões privadas com um empresário e um lobista. Após a reportagem, o chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, foi demitido.

Terra

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