Em 1950 havia somente 86 cidades com mais de 1 milhão de habitantes; atualmente são mais de 400 cidades que contam com mais de 1 milhão de habitantes. Naquele ano, Nova York era uma megacidade solitária no planeta; hoje há 25, dois terços delas concentrados nos países em desenvolvimento. Foram necessários 100 mil anos para que a população urbana superasse a do campo. Mas em 2025 o percentual da população urbana já será de 61% da população mundial, segundo projeções da ONU (Organização das Nações Unidas).
Infelizmente este crescimento quantitativo das cidades não resultou em um melhoramento qualitativo. Poluição, congestionamento, barulho, falta de água e higiene, bem como a criminalidade, são fatores que concorrem para o estresse dos seus habitantes.
Ar puro, vida urbana de elevada qualidade, idéias sustentáveis para uma cidade saudável, esse é o conceito que todos buscam. No trânsito entre um ponto e outro, governantes, empresários, investidores e especialistas em transportes e meio ambiente, buscam soluções eficazes para os problemas de mobilidade urbana.
Conferência Rio +20
O Rio de Janeiro sediará, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vinte anos depois da histórica Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992.
Existe ampla expectativa, nacional e internacional, de que a Rio+20 constitua oportunidade única nesta geração de mobilização dos recursos políticos necessários para desenhar uma saída efetiva para a crise urbana, levando em conta a complexidade de seus aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Confiante, o Brasil almeja que os resultados da Rio+20 sirvam como referência internacional, sinalizando uma inflexão na forma como o mundo é pensado. Os resultados deverão assegurar que todos os países se sintam capazes de implementar as decisões adotadas no Rio, a partir da criação de condições adequadas – os necessários recursos financeiros, tecnológicos e de capacitação com uma visão de sustentabilidade.
A Rio+20 é uma Conferência sobre desenvolvimento sustentável e não apenas sobre meio ambiente. O desafio da sustentabilidade constitui oportunidade excepcional para a mudança de um modelo de desenvolvimento econômico que ainda tem dificuldades de incluir plenamente preocupações com o desenvolvimento social e a proteção ambiental.
Mobilidade Urbana
É fundamental que o desenvolvimento sustentável também englobe medidas e políticas para fortalecer a sustentabilidade dos sistemas de transportes. Nos transportes urbanos, a sustentabilidade está ligada ao estabelecimento de sistemas eficientes de transporte público, como corredores rápidos de ônibus (BRT, na sigla em inglês para Bus Rapid Transit) metrôs, trens, monotrilhos e outros de baixa emissão, que substituam em grande parte o veículo individual. Essas alternativas poderiam diminuir os congestionamentos, reduzir a poluição do ar, os custos dos deslocamentos e os acidentes, tendo impacto direto sobre os gastos públicos com saúde e beneficiando, sobretudo a população de renda mais baixa.
Poluição
A fumaça que sai dos escapamentos é responsável por 40% da poluição nas duas maiores cidades do país. E mais: o transporte, sozinho, já representa 9% das emissões de gases do efeito estufa. Portanto, a indicação do uso de biocombustíveis representam alternativa importante para o setor de transportes com o etanol e o biodiesel. Enfim, qualquer medida viável para reduzir o número de veículos em circulação como a carona traz um efeito positivo, sem dúvida. A sociedade deve despertar para isso logo e ter consciência da necessidade do uso mais racional do automóvel.
Coluna De Olho no Trânsito
Caderno Setecidades - Diário do Grande ABC
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