segunda-feira, 14 de junho de 2010

ANTP defende mais rigor para obter habilitação Trânsito


O processo para obtenção da carteira de motorista foi criticado a semana passada por secretários e dirigentes públicos de transporte urbano e trânsito. Os questionamentos coincidiram com o último dia da série de reportagens Sinal fechado, publicada durante cinco dias pelo Diario de Pernambuco. No segundo e terceiro dias, a série mostrou o perfil dos condutores pernambucanos e os tipos de infrações cometidos por eles. Presidente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Ailton Brasiliense Pires classificou de "chinfrim" o exame que mede a capacidade do candidato de se habilitar como um condutor. E propos maior rigor no processo, o que pode implicar mudanças no exame e até no aumento de horas de treinamento.
Série do Diario abordou a questão das infrações cometidas por motoristas, como fazer retorno em locais proibidos mesmo com placa de sinalização Foto

"Caso fique inviável para as pessoas das classes D e E, o governo deveria pagar. O que não pode continuar acontecendo é motoristas irem para as ruas sem a devida condição de dirigir com segurança", afirmou ele na reunião do fórum dos secretários e dirigentes, em Olinda. Ailton considera as deficiências napreparação do candidato como um dos motivos para o país não ter reduzido as mortes no trânsito. O índice nacional, de 18 mortes por 100 mil habitantes, é o mesmo desde 1998, quando o Código de Trânsito Brasileiro passou a vigorar. Para 2010, a proposta da Política Nacional de Trânsito é que o número caia para 14.

Ainda, segundo o presidente da ANTP, é inconcebível um condutor ser habilitado fazendo um teste num pátio fechado e não na rua. "O custo do motorista mal formado deveria ser levado em conta. Os acidentes no trânsito custam R$ 30 bilhões".

Além do questionamento voltado para a habilitação, Ailton defende que se cumpra o previsto pelo CTB quanto à fiscalização no trânsito e à realização de campanhas educativas. "A história seria outra se os governos se preocupassem de fato com as campanhas. Elas deveriam ser massificadas como são as para vendas de carros".

"O que está aí não atende. É fácil tirar e renovar uma carteira de habilitação", considerou Oswaldo de Lima Neto,da Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda. Os motociclistas, segundo Oswaldo, deveriam ter uma preparação ainda mais rigorosa do que a dos condutores de automóveis. Isso devido ao número de acidentes envolvendo motociclistas, que chegam a ocupar 70% dos leitos das emergências dos hospitais públicos.

Entre as tentativas de reduzir acidentes há, na Câmara dos Deputados, projeto que amplia o tempo da carteira de condutor temporária, hoje de um ano, para dois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário