domingo, 10 de outubro de 2010

Uso de celular por pedestres aumenta risco de acidente de trânsito

Um passo fora da calçada foi suficiente para que o comerciante Carlos Canoza, de 42 anos, entrasse para a estatística de vítimas de atropelamento. Mas o caso tem um detalhe: ele falava ao celular quando foi atingido por um ônibus. O episódio mostra que o perigo do telefone no trânsito não se restringe aos motoristas. Embora não exista uma estatística específica, especialistas alertam que é crescente o número de pessoas atropeladas falando ao celular. Pesquisas mostram que, entre o toque de chamada e o atendimento, a pessoa leva, em média, oito décimos de segundo, tempo suficiente para dois ou três passos em falso.

- Eu estava negociando a compra de material de construção para a minha loja quando dei um passo além da calçada. Só senti o impacto, que me derrubou no chão - lembrou Carlos, que fraturou o braço e teve que passar por uma cirurgia.

Estatísticas do Corpo de Bombeiros revelam que o número de vítimas de atropelamentos vem crescendo mensalmente na cidade, passando de 699 casos em janeiro para 929 em julho, último mês da estatística divulgado - um aumento de 33%. O médico Marcos Musafir, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e coordenador na América Latina do Projeto Década dos Ossos e Articulações da Organização Mundial de Saúde (OMS), considera o número alto e destaca que os aparelhos de celular modernos representam um perigo ainda maior:

- O moderno uso do celular, não apenas como telefone, mas como computador, onde a pessoa fica vendo imagens, ouvido música, mandando mensagens, desvia ainda mais a atenção do ambiente do trânsito. Tenho visto pessoas dirigindo ou atravessando a rua e escrevendo mensagens no celular. É prudente a recomendação aos fabricantes que indiquem os locais adequados para uso dos aparelhos.

O Globo

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