As quatro cidades do Nordeste que vão sediar jogos da Copa de 2014 devem investir um total previsto de R$ 5,48 bilhões em reforma e construção de estádios e em mobilidade urbana, as principais obras demandadas pelo evento, segundo o Portal da Transparência, do governo federal.
Só em estádios, Salvador, Fortaleza, Recife e Natal devem aplicar R$ 1,96 bilhão, em contratos na modalidade parceria público-privada (PPP), em cujas contas entram recursos públicos federais, estaduais e financiamentos do BNDES e do Banco do Nordeste (BNB). Os estádios precisam estar prontos em dezembro de 2012, prazo definido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). O orçamento do programa BNDES ProCopa Arenas para os 12 estádios brasileiros, que inclui investimentos na urbanização das áreas próxima a eles, é de R$ 4,8 bilhões.
Salvador, a primeira das cidades-sede a lançar o edital de licitação, em outubro de 2009, deve investir R$ 591 milhões, dos quais R$ 323,6 milhões em financiamento aprovado pelo BNDES ao Estado da Bahia, para a demolição e reconstrução do estádio Fonte Nova. O Banco do Nordeste vai financiar outros R$ 238 milhões, provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), e o restante dos recursos, segundo a Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa) do governo da Bahia, será captado de outras instituições empresariais e do próprio consórcio vencedor, formado por Odebrecht e OAS. As obras de mobilidade contemplam a implantação de corredores de transporte metropolitano de ônibus, ligando o acesso norte ao aeroporto de Salvador, para os quais, segundo a Secopa, foram liberados R$ 570,3 milhões do governo federal.
O novo estádio da Bahia, que será administrado pelo consórcio vencedor em regime de concessão por 35 anos, terá 50,4 mil lugares, o que vai habilitá-lo a receber, de acordo com as normas da Fifa, jogos de quartas-de-final.
O projeto de Pernambuco prevê a construção não só de uma arena, mas de um novo bairro. O Arena Cidade da Copa, a ser erguido em São Lourenço da Mata, a 19 quilômetros de Recife, com capacidade para 46 mil pessoas, contará com praças de alimentação, restaurantes, shopping center integrado, museu, cinemas, teatro e centro de convenções. Para dar sustentabilidade econômica ao projeto, o governo do Estado acrescentou à Cidade da Copa um conjunto residencial, hotéis, um centro comercial e um hospital. O financiamento dos bancos oficiais contemplam só as obras do estádio, além das de mobilidade urbana. Para o estádio, a ser construído por Odebrecht, ISG e AEG Facilities, com custo estimado de R$ 654 milhões, o BNB já aprovou R$ 250 milhões e o BNDES analisa o aporte de R$ 400 milhões. As obras de transporte em Recife incluem um terminal de metrô e corredores de ônibus. No total, são previstos investimentos de R$ 1,28 bilhão.
Em Fortaleza, o cronograma da reforma do estádio Castelão está atrasado. Com capacidade prevista para 66,5 mil pessoas, a obra só foi licitada em outubro deste ano. Serão investidos R$ 623 milhões, dos quais 75% financiados pelo BNDES. As obras ficaram com o consórcio Galvão, Serveng e BWA e vão incluir centro olímpico, piscina e ginásio multiuso, além de geração de energia eólica. A cidade pretende também ampliar o sistema de transporte, com a construção de quatro corredores de ônibus, um VLT entre Parangaba e Mucuripe e duas estações de metrô e melhorias no corredor norte-sul.
Em Natal, deve ser construída a Arena das Dunas, com capacidade para 45 mil pessoas. O projeto, com custo estimado em R$ 350 milhões e licitação marcada para março de 2011, ainda não deu entrada nem no BNDES nem no BNB.
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