sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Atenção: Seu carro será monitorado!


A partir de 2010 começa a ser implantado o Sistema Nacional de Identificação de Veículos (SINIAV). Este será mais um avanço no monitoramento do trânsito, pois o novo sistema além de permitir na Placa Eletrônica (para alguns: CHIP) o armazenamento de dados de identificação do veículo, permitirá também o monitoramento de forma a permitir ao órgão público identificar imediatamente se o veículo foi licenciado, se passou na inspeção veicular, se existem multas pendentes entre outras informações.
Esse instrumento permitirá avançar numa gestão mais informatizada do trânsito, com cálculos automáticos do volume de tráfego em cada via, controle e pagamento de estacionamentos, entre alternativas. Os GPS dos ônibus poderão ser substituídos para controle da frota e itinerários, bem como na programação dos semáforos poderá priorizar o transporte coletivo, abrindo o sinal na aproximação dos ônibus. São inúmeras as possibilidades que a tecnologia nos proporcionará. Controle de segurança para diminuir o número de carros roubados poderá ser armazenado também nos Chips.
É claro que também tem suas desvantagens: o seu veículo poderá ser monitorado 24 horas, e se houver interesse poderão saber por onde andou a que horas, quanto tempo demorou num determinado trajeto. Aumenta a segurança, mas diminui a privacidade. De qualquer forma, em minha opinião o sistema é bem vindo.É lógico que teremos reclamações, chiadeiras, mas vamos lembrar todas as tecnologias de controle de tráfego não foram no início bem aceitas. Os radares foram e ainda são chamados de “instrumentos da indústria da multa”, mas ninguém questiona que depois de instalados diminuíram em 60% os acidentes de trânsito.
Somente o fato de poder identificar e tirar os carros que estão irregulares das ruas (calcula-se em 28%) já será um grande ganho. Recentemente um desses instrumentos de controle (que também tiram a nossa privacidade) pegou um ônibus avançando na calçada e atropelando um pedestre e um ciclista. Com as câmeras foi possível saber exatamente o que aconteceu. Quem não quiser ser monitorado, tem uma alternativa: andar de transporte coletivo.
Neste processo, no entanto é necessário um controle social sobre o uso dos dados e uma licitação transparente para não beneficiar uma tecnologia, ou mesmo para ter segurança sobre os dados. Então comece a ter cuidado, ou fique tranqüilo: Seu veículo estará sendo monitorado. O Que é o SINIAV?Siniav é o Sistema de Identificação automática de veículos. Em todos os carros serão colocados um placa eletrônica –chip- que poderá armazenar dados como o número do chassi, um serial único, categoria do veículo, tipo, placa, RENAVAM e outros dados como o IPVA, Inspeção Veicular, entre outros. Na sua memória poderá armazenar dados de pedágios e estacionamentos também.
Esses chips serão instalados nos veículos novos no momento do emplacamento, na frota antiga, durante o licenciamento. Todos os municípios deverão instalar antenas de controle. O veículo ao passar pela antena, ela faz a leituras de todos estes dados e transmite para o sistema informatizado. Os dados são transmitidos por uma freqüência UHF entre 915 MHZ e 928 MHZ, mesmo procedimento dos aparelhos celulares.
Em São Paulo está previsto a instalação de duas mil antenas pela cidade. Quem não colocar o chip poderá ser multado em R$ 127,69 e terá cinco pontos na carteira. Os municípios deverão fazer uma licitação para instalar as antenas.

Mandato do vereador Chico Macena

Cristina Baddini Lucas

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mortes nas estradas: Estatísticas ignoram vários fatores




A cada feriado, a Polícia Rodoviária Federal e Secretarias Estaduais de Transportes divulgam suas estatísticas de mortes nas estradas




O resultado tende a ser uma lambança, com números que variam enormemente, sugerindo desde um trânsito que ruma para padrões civilizados até a materialização do genocídio sobre rodas.


A razão para tamanha discrepância está no fato de que não faz muito sentido estatístico comparar as mortes de um feriado prolongado com sua edição do ano anterior (ou um substituto "semelhante").


Períodos assim curtos são fortemente influenciados por fatores aleatórios, que mudam bastante as características de cada termo da comparação, a ponto de torná-la um cotejo de alhos com bugalhos.


Até imponderáveis como a previsão do tempo nos dias que antecedem o feriado têm impacto na decisão das pessoas de viajar ou deixar de fazê-lo. Determinadas datas, como o Carnaval, ainda ganham o condimento das libações alcoólicas, com efeitos arquiconhecidos.


Como se não bastasse, o número de óbitos, que costuma ficar na casa das dezenas, pode sofrer grandes variações percentuais por conta de um único acidente que envolva múltiplas vítimas. Por exemplo: um engavetamento que tivesse matado oito pessoas -evento que não chega a ser extraordinário-, teria representado um salto de 18% no total de óbitos registrados nas estradas estaduais de São Paulo durante o Finados.


Essa mania de comparar mortes em feriados é ainda mais exótica quando se considera que existem à disposição dados de muito melhor qualidade, como o total de óbitos verificados ao longo do ano ou dos últimos 12 meses. Séries mais longas servem justamente para anular ou ao menos reduzir o peso do contingente.
HÉLIO SCHWARTSMANDA
EQUIPE DE ARTICULISTAS
Folha de São Paulo




Cristina Baddini Lucas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Expansão do metrô deve aliviar o sufoco dos usuários




As inaugurações do primeiro trecho da linha 4-amarela do metrô e do trecho final da linha 2-verde, em março de 2010, trarão uma nova configuração de fluxo de passageiros em todo o sistema da capital paulista.




Como o novo trecho da linha amarela cruzará com as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha do metrô e com a linha 9-esmeralda da CPTM -e o da linha verde cruzará a linha 10-turquesa da CPTM-, o mapa do transporte ferroviário na cidade ganhará cinco novas estações de integração que ajudarão a desafogar a já saturada estação Sé.




Segundo estimativas do Metrô, a partir de março de 2010, o fluxo de passageiros na Sé cairá de 700 mil passageiros/dia para 470 mil passageiros/dia, uma diminuição de 33%. Isso significa que, de cada três passageiros que utilizavam a Sé como conexão principal para acessar outras regiões da cidade, um mudará de trajeto.




Por exemplo, um passageiro que chegue da zona leste e queira descer na estação Consolação, uma das mais movimentadas da linha verde, não terá mais que descer na Sé, pegar a linha azul e depois descer na estação Paraíso e pegar a linha verde.




A partir de março, esse passageiro poderá ir direto até a República, pegar a linha amarela e descer na estação Paulista, que será ligada à Consolação por um túnel. Já os passageiros que chegam do ABC utilizando a linha turquesa também poderão evitar a linha vermelha e, consequentemente, a Sé, caso queiram chegar à av. Paulista.




Com a integração na estação Tamanduateí, evitarão fazer três baldeações (Brás, Sé, Paraíso). Outras duas estações que terão menos usuários serão Ana Rosa e Paraíso. Cairão de 418 mil passageiros/dia para 380 mil. Em compensação, a Luz vai ganhar 100 mil passageiros/dia, enquanto República e Paulista/Consolação vão dobrar a demanda, assim como a linha 2. Questionado se a Luz não corre o risco de se tornar uma nova Sé, já que passará a receber duas linhas do metrô e três da CTPM, o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, diz que não, pois, além de não ter a mesma demanda, será ampliada.




Novos passageiros A queda no movimento da Sé e das outras estações de integração, no entanto, será apenas momentânea. Em 2012, a linha amarela chegará à Vila Sônia (zona oeste de SP) e serão concluídas suas estações intermediárias, como Mackenzie-Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho e Morumbi.




A linha 5-lilás, que em 2010 se integrará à malha metroviária por meio da linha esmeralda, também alcançará as linhas azul e verde. Todos esses fatores atrairão mais passageiros para todas as linhas e aumentarão o movimento nas estações de integração.


Fonte: Folha de S. PauloPublicada em:: 03/11/2009








Combustível faz mais quilômetros por litro, mas tem excesso de enxofre, poluente que mata
O Senado se prepara para votar um projeto para permitir a venda de carros de passeio movidos a diesel. O combustível é mais poluente que o álcool, mas, segundo a proposta do senador Gerson Camata (PMDB–ES), faz mais quilômetros por litro e emite menos gases tóxicos do que a gasolina. Isso o tornaria uma alternativa mais “ecológica”, segundo argumenta o senador. No entanto, a ideia é rejeitada por entidades ambientalistas e montadoras. Segundo elas, o óleo diesel, em muitas regiões do país, ainda possui alta concentração de enxofre. E essa substância mata.



O projeto de lei de Camata foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em julho e, agora, passa por avaliação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Caso não haja nenhum recurso contrário, o projeto irá para a Câmara.




Se os deputados aprovarem, a lei irá para sanção presidencial.A proposta quer acabar com lei criada em 1976 que proíbe a venda desse tipo de veículo. A medida foi tomada durante a crise do petróleo, quando o Brasil tentava diminuir a importação do óleo e investia no álcool. Desde então, apenas veículos comerciais (caminhões, ônibus, caminhonetes, jipes e alguns SUVs) podem circular com o combustível.



Proposta está em discussão no Senado e ainda precisa passar pela Câmara para que a liberação aconteça



“Atualmente, se você é rico, você pode comprar um carro importado que use diesel e aproveitar os benefícios de rodar mais quilômetros por menos litros. Mas se você é uma pessoa pobre ou de classe média, que quer comprar um carro de passeio 1.0, por exemplo, não pode”, disse Camata.




Primeiro a levantar bandeira contra a liberação do combustível, o Movimento Nossa São Paulo critica a baixa qualidade do diesel no país, com alta concentração de enxofre. “É preciso levar a sério a questão da saúde pública.




O médico Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição da USP, apresentou um estudo que mostra que, das 110 mortes por causas naturais na região metropolitana, entre 12 e 14 são em consequência do diesel”, argumenta um dos idealizadores da ONG, Oded Grajew.




Hoje, a concentração média de enxofre no diesel é de 500 PPM (partes por milhão). Em Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, chega a 50 PPM. Mas nas cidades afastadas das capitais, chega a ter 1.800 PPM de enxofre. Se considerarmos que o óleo da Europa possui 10 PPM, o Brasil está bem longe do nível europeu.




Sem falar nos motoristas que mexem nos injetores para que o veículo tenha mais potência – e, assim, aumentam a poluição. “Temos que ter um diesel como na Europa”, reforça Grajew.


Primeira Mão




Cristina Baddini Lucas