sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Consórcio discute Horário de Pico com Metra e EMTU

O Grupo de Trabalho Mobilidade do Consórcio Intermunicipal realizou nesta quinta-feira (24/11) reunião com técnicos da EMTU e da Metra para melhorar a fluidez do tráfego nos corredores onde há compartilhamento e faixas segregadas. A EMTU e a Metra se dispuseram a colaborar com a Operação Horário de Pico, iniciada no último dia 21 pelas prefeituras para garantir o mínimo de fluidez nos três principais eixos de tráfego da Região.
Foi acordado que cada município discutirá a revisão e a alteração da programação semafórica em pontos necessários. Também ficou acertado o apoio operacional e de equipamentos entre os municípios e a EMTU em casos de acidentes.
Em casos emergenciais, como acidentes que fecham a via local, os departamentos de trânsito municipais, com a Metra, poderão autorizar o uso do corredor de trólebus exclusivamente para sanar o problema e se não houver opção de desvio.
A Operação Horário de Pico é uma ação imediata das prefeituras da Região, com prazo de implantação curto, e busca responder a uma situação de colapso na mobilidade da região, garantindo um mínimo de fluidez no tráfego.
Para o Consórcio, a solução do problema da mobilidade passa por obras de transporte coletivo e de infraestrutura que têm caráter metropolitano e que dependem de investimentos do governo estadual, como, por exemplo, a extensão do metrô ao ABCD, a otimização da linha da CPTM e da EMTU que servem a Região.
Também são fundamentais para a solução do problema da mobilidade, na avaliação da entidade, obras de infraestrutura, como a melhoria dos acessos da via Anchieta. Esses acessos diariamente apresentam congestionamentos que repercutem em todo o viário do ABCD.
Além da operação integrada de trânsito nos horários de pico, a operação contemplará também a reorganização da circulação de cargas nos três eixos somente no horário de pico, com início da sinalização e orientação a partir de 28 de dezembro e autuação a partir de fevereiro de 2012; e reorganização do estacionamento nos três eixos, deslocando as vagas existentes para vias locais, com início previsto para fevereiro de 2012.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Empresários buscam diálogo com Consórcio

DGABC
Em reunião realizada na noite de ontem na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC, em São Caetano, empresários associados e integrantes do Setrans definiram a marcação de audiência com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que será realizada até a semana que vem. Também participaram do encontro os deputados estaduais Orlando Morando (PSDB), Vanessa Damo (PMDB) e Donisete Braga (PT).
O objetivo é tentar diminuir os impactos no setor quanto à proibição de tráfego de caminhões nas principais vias da região. A medida foi determinada pelo Consórcio no começo do mês visando melhorar a fluidez no trânsito. No momento, a categoria descarta a possibilidade de entrar na Justiça contra o órgão. "Vamos tentar pelas vias normais, pois acreditamos que há boa vontade em dialogar", disse o presidente do Setrans, Salim Kalil Neto.
De acordo com o sindicato, a restrição trará prejuízos e poderá acarretar até demissões à categoria, que reivindica solução menos danosa às transportadoras. "Estamos fazendo estudo técnico para levar à reunião e mostrar a real situação do problema. A medida foi precipitada e sem discussão técnica. Queremos é que eles (os prefeitos) tenham condição de atender às necessidades deles sem atrapalhar as nossas."
A solução apresentada pelo Consórcio, de substituição dos caminhões por VUCs (Veículos Urbanos de Carga), foi considerada inviável pelos empresários por conta da capacidade inferior de transporte. "Tiraríamos um caminhão que carrega 30 toneladas e teríamos de colocar mais dez VUCs. Ou seja, mais trânsito", resume.
Ao todo, serão 40 quilômetros de vias atingidas pela restrição, divididas em três eixos. O primeiro representa a ligação entre Ribeirão Pires e São Caetano e engloba as avenidas Humberto de Campos, Capitão João, Perimetral, Dom Pedro II e Goiás, entre outras. O segundo eixo, que liga Santo André a Diadema, contempla as avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível, Piraporinha, Lucas Nogueira Garcez e Pereira Barreto.
O último corredor liga São Bernardo a São Caetano e é composto pelas avenidas Lauro Gomes, Dr. Rudge Ramos, Taboão, Guido Aliberti e Estrada das Lágrimas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Número de mortes no trânsito é como de guerra, motociclistas são os mais afetados

Todos os dias, cerca de 160 pessoas morrem por acidente de trânsito no Brasil. Os números são de guerra. E tem sido assim nos últimos cinco anos, segundo dados da seguradora que administra o DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos de Via Terrestre). Na maioria dos casos, as vítimas são os próprios condutores, que têm entre 21 e 30 anos de idade. Do total de indenizações pagas em 2010, 61% eram para motociclistas.

Já o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde revela que o número de mortes por acidentes com motocicletas no país praticamente triplicou em nove anos, passando de 3.744, em 2002, para 10.143 em 2010. Somente no ano passado, mais de 40,6 mil brasileiros morreram em acidentes nas ruas e estradas do país. Os acidentes com motos responderam por 25% das mortes.

Um dos motivos para esse mortandade é o aumento da frota deste tipo de veículo. O número de motos rodando nas cidades brasileiras vem aumentado consideravelmente. As estatísticas da frota de motocicletas começaram a ser feita somente no ano 2000, e desde então, o crescimento chega a 325%.

Apenas entre 2009 e 2010 essa frota aumentou 12%, chegando a 10,6 milhões de motos no país. A projeção é de que até 2015 a frota brasileira de motocicletas seja de 15,5 milhões, com crescimento anual estimado em 10%. Conseqüentemente, os motociclistas se tornaram a maior vítima no trânsito brasileiro.

Em Mato Grosso do Sul a realidade não é diferente. Com tantas motocicletas rodando, dados do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) revelam que 91% dos acidentes de trânsito com vítimas fatais envolvem esse tipo de veículo, 85% dessas vítimas têm idade entre 17 e 35 anos.

O número de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no Brasil é tão grave que não preocupa apenas órgãos de trânsito do país, mas internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está convencida de que os motociclistas são os principais responsáveis pelos acidentes.

Segundo a representante da OMS no Brasil, Mercedes Maldonado, 70% das causas [de acidentes] são devidos a fatores humanos. E com o aumento da frota de motocicletas aumentou muito o número de acidentes. Ela aponta a má condução do veículo como principal fator desta estatística.

Falta preparo, falta informação

A má condução apontada pela OMS tem nome: falta de preparo. Segundo Wilson Kenji Yasuda, coordenador da Comissão de Segurança Viária da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) pesquisa recente feita com acidentados no trânsito revelou que 70% dos motociclistas envolvidos em acidentes não tinham carteira de habilitação.

O presidente do sindicato das motoescolas, José Guedes Pereira, informa que mais de 90% das pessoas que procuram uma autoescola para obter a carteira de moto já são motoqueiros.

Apesar de dados tão grave, o presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), Mauro Augusto Ribeiro, revela que os índices de acidentes envolvendo motocicletas esbarram na falta de informações confiáveis.

Segundo ele, não há dados anuais sobre acidentes de trânsito no país e os poucos números disponíveis não refletem a realidade, pois ignoram características particulares de cada região, de cada estado ou município, e nem levam em consideração o que causa os acidentes.

Com isso, fica difícil traçar políticas públicas que poderiam ajudar a reduzir os acidentes.

Imprudência

O que se sabe, é que álcool, velocidade acima do limite, falta de fiscalização e de atenção estão entre os principais motivos listados de tantos acidentes. Segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) três em cada dez traumas registrados têm a presença de um dos envolvidos alcoolizados.

Os que sobrevivem às colisões também convivem com sérias seqüelas. Muitos perdem a mobilidade e com ela a independência. A gravidade dos ferimentos é resultante da interferência que a bebida provoca nos reflexos.

Por estes motivos, os tratamentos são longos e custam caro ao SUS (Sistema Único de Saúde) e unidades preparadas para reabilitação. Conforme ao DataSus, os gastos registrados no sistema nesse mesmo período, somaram R$ 153 milhões para custear internações hospitalares de acidentados no trânsito brasileiro – uma média de R$ 390 reais por minuto, retirado dos cofres públicos.

Ainda segundo estudos, se for considerado que uma vítima de acidente de trânsito com ferimentos de média complexidade passa pelo menos 30 dias em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde a internação diária custa R$ 1, 2 mil, o Estado gasta, em média, R$36 mil com cada paciente. Se for incluso no custo um procedimento cirurgia, esse valor pode aumentar para R$46 mil mensais.

E esse é só o valor inicial dos gastos com a saúde da vítima do trânsito, já que, após sair da unidade, a vítima acaba gerando gastos com medicamentos, tratamentos de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.