quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Abaixo o trânsito violento


O Brasil registra anualmente 1,5 milhão de acidentes de trânsito. A quantidade de pessoas feridas por ano é de 400 mil pessoas. Essa quantidade de acidentes resulta na morte de 30 mil pessoas/ano. Aproximadamente 7.5 milhões de pessoas se envolvem, de alguma forma, em acidentes de trânsito no período de um ano
O trânsito violento interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais e contribui para o quadro da perda da qualidade de vida.
Culturalmente, no Brasil, o acidente de trânsito é considerado como uma fatalidade, um acontecimento fortuito e não previsto. Em tese, as pessoas não saem às ruas para, deliberadamente, matar ou ferir pessoas com seus veículos. Embora não pratiquem a violência de forma deliberada, incorrem em ato violento por imprudência, imperícia ou negligência. Essas formas de violência recebem um tratamento de crime considerado culposo e não doloso, elevando o fator de risco no trânsito.
Mas, há uma unanimidade de que para erradicar a violência no trânsito é preciso uma mudança cultural e mudanças profundas no sistema de circulação existente. Democratizar o uso do espaço urbano existente exige das autoridades uma nova postura, uma atitude mais firme em defesa da vida e do meio ambiente.
O trânsito seguro é um direito do cidadão. Lute por ele.

Cristina Baddini Lucas

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Aquecimento do clima pode reduzir a absorção de carbono pelas árvores, por Henrique Cortez


Um dos argumentos utilizados pelo ecocéticos das mudanças climáticas é que o aumento de CO2 na atmosfera seria benéfico às florestas, ao ‘adubar’ as árvores, permitindo o crescimento de sua massa vegetal.
Há quem, deliberadamente, misture crescimento de massa com aumento de área, para justificar o desmatamento crescente. No entanto, ao contrário destes argumentos, um novo estudo [Longer growing seasons lead to less carbon sequestration by a subalpine forest] sugere que as florestas subalpinas absorverão menos carbono em razão das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global.
O estudo, que será publicado na edição de fevereiro da revista Global Change Biology, foi realizado por pesquisadores da University of Colorado at Boulder, em conjunto com o Instituto Cooperativo de Investigação em Ciências Ambientais (Cooperative Institute for Research in Environmental Science – CIRES), contradiz estudos realizados em outros ecossistemas que indicam o crescimento florestal a partir da maior absorção de carbono.
Os pesquisadores identificaram que a redução da disponibilidade de água, em razão da redução da neve e do consequente degelo, tornou as árvores menos eficientes na conversão de CO2 em biomassa. Chuvas de verão não conseguiram compensar a diferença..
De acordo com o estudo, no caso das florestas subalpinas, a neve é muito mais eficaz do que a chuva no fornecimento de água para estas florestas e mesmo que o aquecimento traga mais chuva, isso não vai compensar o potencial de absorção de carbono perdidos devido ao degelo em declínio.
Além do mais, florestas mais secas também são mais suscetíveis à infestação de besouros e incêndios florestais.
Os pesquisadores foram capazes de distinguir entre a neve da primavera e a chuva de verão , na matéria vegetal, através da análise de pequenas variações em átomos de hidrogênio e oxigênio nas moléculas de água.
A questão é delicada porque as florestas subalpinas respondem por 70% dos sumidouros de carbono, ou áreas de armazenamento de carbono do oeste dos Estados Unidos. Sua distribuição geográfica inclui grande parte das Montanhas Rochosas, Sierra Nevada e áreas montanhosas do noroeste do Pacífico.
Cristina Baddini Lucas

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cinquenta anos do cinto de segurança



Usá-lo ou não usá-lo no banco traseiro? Eis a questão. Em 1985 a Alemanha considerou o cinto de segurança a invenção mais importante do século. Completando 50 anos de sua invenção, o cinto de segurança nos veículos ainda é a grande proteção no transporte. Durante a última grande guerra mundial a preocupação com relação à aviação era como fixar o piloto na cadeira para poder executar sua tarefa com segurança. A mesma coisa acontecia com o motorista que numa desaceleração brusca sofria lesões graves. Em agosto de 1959 o engenheiro sueco Nils Bohlin, da Volvo, lançava o cinto de segurança de três pontos após um ano de estudos e experimentos. Em 1985 a Alemanha entusiasmada com o sucesso do equipamento de segurança individual o considera o invento mais importante do século. Em 1994 o cinto de dois pontos passou a ser obrigatório no Brasil. Três anos após, 1997, adotou-se o cinto de três pontos no banco dianteiro. Hoje é obrigatório em qualquer situação. Quantas lesões deixaram de existir, quantos deixaram de serem ejetados do habitáculo e quantos traumas de face, de crânio, arcada dentária, tórax, lesão visceral, de coluna vertebral, de bacia deixaram de existir. Acreditamos que esse simples EPI trouxe a todos uma redução de 90% das lesões produzidas num acidente. Os Estados Unidos estima que 100.000 americanos sejam salvos de tais lesões a cada ano. A Volvo estima em um milhão em todo mundo. Fato é que o cinto de segurança reduz em 45% o risco de morte no banco da frente e de 25 a 75% o risco de morte no banco trazeiro.
Costumamos dizer que no transporte temos três tipos de colisões:1ª - Colisão: Quando é absorvida a energia maior do impacto causando dano material. Deformidades da carcaça do veículo.2ª - Colisão: Com as partes moles do transportado. Pele, subcutâneo, músculo, vasos, nervos e vísceras.3ª - Colisão: É a de maior profundidade que atinge a estrutura óssea. O cinto de segurança de três pontos dá uma boa proteção a partes que antes do seu uso eram vulneráveis quer numa frenagem brusca ou desaceleração por colisão.
Veja a proteção dada:Quadril - 100%Coluna - 60%Cabeça - 56%Tórax - 45%Abdome - 40% O não uso do cinto no banco traseiro permite que o passageiro ali alojado seja projetado para frente com a velocidade que estava o veículo no momento do impacto acoplado a sua massa física, indo de encontro ao encosto do banco dianteiro e de encontro à coluna cervical e crânio do motorista ou passageiro do banco dianteiro. Nesse caso passando a ser agente causal de lesões graves e muitas vezes gravíssimas, podendo ocorrer até lesão raquimedular com tetraplegia, parada respiratória seguida de parada cardíaca. Não temos dúvida que a ausência do cinto de segurança no banco trazeiro agrava lesões de quem está no banco dianteiro. Pode ainda ocorrer à ejeção através o pára-brisa, o que quase sempre é igual a óbito. No Brasil, apenas 3 a 7% dos usuários de veículos usam o cinto no banco traseiro. Até 1999 não se usava tal equipamento em coletivos, hoje são obrigatórios Somente nos coletivos que transportam passageiros de pé não é obrigatório Mesmo entendendo os benefícios do cinto temos visto aqueles que o desprezam no banco traseiro em veículos de passeio, táxis, caminhões e coletivos. Cabe a todos, motoristas e passageiros a conscientização dos riscos e a utilização desse equipamento de segurança como única proteção imediata na vigência de um acidente mesmo para aqueles que dispõem de "Air Bag".
Dr. Dirceu Rodrigues Alves JúniorMédico, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET
Cristina Baddini Lucas