terça-feira, 1 de setembro de 2009

Discussão sobre mudanças do Código de Ttânsito Brasileiro


O diretor presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Rudel Espíndola Trindade Júnior participa nesta terça-feira (31.08), em Brasília, de uma reunião da subcomissão da Comissão de Viação e Transporte da Câmara Federal. Convocado pelos deputados federais Rita Camata (PMDB/ES) e Hugo Leal (PSC/RJ), o encontro discutirá mudanças no Código de Trânsito Brasileiro. O titular da Agetran é vice-presidente do Fórum Nacional dos Secretários Municipais de Trânsito para assuntos de revisão do CTB.

Antes de embarcar para Brasília, na tarde dessa segunda-feira (31.08), Rudel informou que também está na pauta dos deputados a criação de uma legislação nacional para regulamentar a atividade dos motoboys e mototáxi
Vice-presidente da CVT, o deputado Hugo Leal se destacou por ter sido o relator da MP 405/08, que originou o projeto de conversão que instituiu a 11.705/08, a Lei Seca, em junho do ano passado. Segundo Leal, desde 2002 para cá 1.361 projetos de leis passaram pela Comissão, a maioria referente à alteração do Código, que foi instituído em janeiro de 1998.

A subcomissão pretende ainda analisar 191 resoluções do Departamento Nacional de Trânsito, publicadas nos últimos oito anos, tratando desde a regulamentação de acessórios a regulamentos para empresas de transportes. Sempre que apropriadas, essas resoluções integrarão o texto do CTB.


Fonte/Autor: Mônica Ferreira MTB/MS 138

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Reciclar ou Reutilizar?

O termo reciclagem - originário do inglês recycle, onde re = repetir, e cycle = ciclo - refere-se ao reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para a criação de um novo produto e serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características.

Reutilizar é usar um produto mais do que uma vez, independentemente de ser utilizado novamente na mesma função ou não.

Mas antes da reutilização e da reciclagem, o conceito de redução é que deve ser aplicado - e ele está diretamente relacionado ao consumo consciente e necessário. Para isso, basta aumentar o tempo de vida útil dos materiais de forma que possam ser utilizados durante mais tempo, diminuindo assim a necessidade de descarte.

A sustentabilidade aos poucos vai sendo incorporada ao dicionário de profissionais de todas as áreas e passa de conceito a realidade

Sustentabilidade- crescem as pressões sobre as empresas

Apesar da disseminação do conceito em todo o ambiente corporativo, as práticas ainda não foram incorporadas satisfatoriamente à gestão dos negócios.
De acordo com Nísia Werneck, do Núcleo de Responsabilidade Corporativa e Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, o conceito de sustentabilidade já é conhecido por todos, mas ainda pouco incorporado. “Hoje podemos dizer que o desenvolvimento sustentável é muito mais que um conceito, é um critério de vida”, disse.
Nísia destaca que um novo conceito de economia está em pauta e o foco é a temática sustentabilidade. “Cada vez mais são incorporados novos pontos ao tema. Isso faz com que se abram novos caminhos de gestão e consumo”, afirmou ela, observando que o sucesso do processo, no entanto, depende de toda a cadeia de produção. “Somente com parcerias entre os setores é possível desenvolver algum projeto que realmente dê resultados”.
Mark Lee, presidente da SustainAbility, é de opinião de que a relação entre a sustentabilidade e a produtividade está cada vez mais próxima. “A sociedade hoje está exigente quanto ao que consome. Grande parte dos consumidores quer produtos que não agridam o meio ambiente e ajudem a diminuir as desigualdades”, afirmou.
Lee disse que esse é um processo histórico que surgiu em 1960, com os movimentos ativistas em prol da preservação ambiental. “Foi um momento em que os cidadãos começaram a cobrar dos governos atitudes que protegessem os seres humanos, dando inicio às discussões sobre qualidade do ar, finitude da água, entre outras coisas. Nos Estados Unidos foram os anos em que surgiram muitas leis ambientais”, lembrou.
Em 1973, começam as reuniões da Organização das Nações Unidas sobre o tema, as empresas começam a pensar em produtos sustentáveis e também surge o Greenwashing, “mostrando que as companhias já perceberam a importância da questão”, ressaltou o CEO da consultoria norte-americana.
O ano de 1991 marca auge da globalização, quando surgem as preocupações de governos e ONGs com as conseqüências das mudanças ambientais, principalmente no que poderia causar à economia mundial. “Os mercados já se preocupam, então, com prejuízos causados por práticas não sustentáveis. Isso se reflete nos tipos de inovação que temos na gestão empresarial a partir de 2001, com mudanças radicais nas cadeias produtivas e gerenciamento das companhias”, declarou Lee, que acredita que a chance está posta, “agora o desafio é mostrar aos empresários que trabalhar com sustentabilidade é uma oportunidade de negócios lucrativos”, declarou.
Para o diretor de estratégias de conservação da ONG The Nature Conservance, David Cleary, as companhias já estão sendo punidas por ações não sustentáveis. “Ressalto a questão do desmatamento da Amazônia, que impôs perdas primeiro aos produtores de soja e agora aos pecuaristas, em conseqüência de má gestão ambiental”, falou.
Cleary alerta que não só o setor primário, mas toda a cadeia será punida pelos consumidores, caso não se enquadrem nesse novo modelo de produção. “A sociedade já começou a cobrar de maneira mais enfática ações sociais e ambientais dos produtos que consomem, e apesar de parecer difícil, quem se adequar perceberá em pouco tempo a gama de oportunidades que esse novo modelo gera”, declarou.
Com a palavra, as empresas
Esse caminho já está sendo incorporado por grandes empresas, é o que destacou a Superintendente de Produção da Amanco, Regina Zimmermman. Para ela, apesar de parecer custoso, o momento exige do setor produtivo mudanças drásticas e rápidas de gestão. “É um processo difícil e custoso, mas ao final vale a pena, tanto economicamente quanto socialmente”, disse.
Citando exemplo de sua empresa, a Amanco, que é uma indústria de material hidráulico, Regina relatou que, além da redução dos gastos, pela diminuição de desperdício no processo industrial, a empresa vem lançando no mercado produtos que permitam maior reciclabilidade e menor consumo. “O maior desafio é integrar a sustentabilidade com a estratégia de negócios, e vem dando certo”, falou.
Uma das maiores empresas do mundo, a Coca Cola, também vem aplicando os critérios de sustentabilidade em sua rede de produção, de acordo com Marcos Simões, vice- presidente de comunicação e sustentabilidade da empresa. Para ele, só as empresas que trabalharem dentro dessa nova realidade continuarão em atividade daqui a alguns anos. “Uma das idéias da Coca Cola é de que toda a cadeia produtiva deve estar em dia com esse processo, e tentamos passar isso aos nossos colaboradores”.
Opinião parecida tem Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. “A ameaça à raça humana está posta. Cabe a nós reverter ou minimizar esse quadro”, analisou. Outro desafio para as empresas, em seu ponto de vista, é tornar esses produtos atraentes para o consumidor e, com isso, ajudar a mobilizar a sociedade por um mundo mais consciente. “Não adianta ficarmos planejando o impossível, temos que ir aos poucos, implantando processos de gestão eficientes do ponto de vista prático”.
Ainda conforme Jorge Soto, os altos investimentos são necessários, mas com certeza os lucros serão bem maiores. “As mudanças nos padrões de consumo e produção vão mudar radicalmente, e precisamos acompanhá-las para não perecer”, finalizou.

Por Fabrício Angelo daAgência Envolverde



Região gasta R$ 330 mil por mês com buracos de rua
Diário do Grande ABC

André VieiraVanessa Fajardo
Não só as intempéries climáticas e o tráfego de veículos contribuem para a abertura diária de cerca de 2.000 buracos nas ruas e avenidas do Grande ABC. A
qualidade do processo de aplicação do asfalto também está diretamente ligada ao surgimento das crateras.
Por esse motivo, especialistas ouvidos pelo Diário apontaram que o valor de R$ 330 mil mensais gasto em serviços de reparos e pavimentação pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires é razoável, mas pode estar sendo mal aplicado. Só a Prefeitura de Mauá não respondeu ao Diário. Rio Grande da Serra informou que não tem demanda de tapa-buracos.
A utilização do pavimento varia de acordo com a característica da via e da projeção que se faz do volume de tráfego a que a construção será submetida. Por isso, os tipos e os preços de asfalto são muitos, mas, em média, o metro cúbico do material custa R$ 650.
"Fazer um asfalto ruim ou bom é praticamente o mesmo preço. A grande influência é a temperatura de aplicação do produto. A chuva ou a demora na aplicação pode fazer com que o asfalto tenha uma temperatura diferente do que a necessária e a consequência é que ele se desgastará mais rápido", avaliou o engenheiro civil Ricardo Pereira da Silva.
No Brasil, o asfalto básico é produzido unicamente pela Petrobras, segundo o presidente da Abeda (Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Asfalto), Eder Vianna.
Para o especialista, a imperícia dos órgãos públicos que utilizam o material é o que mais contribui para o incessante serviço de ficar fechando buracos no pavimento. "O problema é a falta de preocupação de ver o que acontece por baixo, como um vazamento. Isso pode fazer que o buraco se abra novamente. O que faltam para quase todas as prefeituras é isso: um programa regular de conservação."
Segundo o gerente de infraestrutura da ABCP (Associação Brasileira de Cimentos Portland), Ronaldo Vizzoni, o concreto - alternativa para vias de tráfego intenso e de veículos pesados, como corredores de ônibus e rodovias -, não é indicado para ruas menos movimentadas. "Onde o tráfego é leve, o asfalto é a solução, desde que bem executado."
Avenida Ayrton Senna, em Mauá, é exemplo de descuido com asfalto
A Avenida Ayrton Senna da Silva, no Jardim Oratório, em Mauá, serve de exemplo de como o tráfego intenso de veículos pesados em uma via não projetada para receber tal impacto pode ser prejudicial para o pavimento e para a segurança no trânsito.
A expansão da Avenida Jacu-Pêssego pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), uma das ligações do Grande ABC com a Capital, fez com que o número de caminhões aumentasse. A soma dessa nova condição com o trânsito comum do local não resultou em outra situação senão a destruição do pavimento.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Mauá não se manifestou. Ao Diário, a Dersa informou que irá recuperar o pavimento após o término das obras, o que deve ocorrer somente no primeiro trimestre do ano que vem.
Em alguns pontos, as cavidades cobrem uma roda inteira e fazem rebaixar os veículos de quem se submete à perigosa travessia. O trânsito lento é o menor dos problemas, levando em consideração que, nas condições em que está, a via oferece risco potencial à manutenção dos veículos e à vida de condutores, passageiros e pedestres.
"Se você parar para contar, em 20 minutos, vão passar mais de 100 caminhões", afirmou o técnico em eletrônica Agostinho Vieira de Freitas, 57 anos.


Trânsito do ABC está saturado
Evandro EnoshitaWilliam Cardoso
O trânsito do Grande ABC está saturado e não existe proposta completa, coerente e adequada para resolver o problema até o momento. As ruas da região ganham milhares de carros por ano, sem uma política pública
eficiente para o setor. Os moradores também colaboram com o problema ao fazer mau uso dos próprios veículos, mas se ressentem de um transporte coletivo confiável e de boa qualidade.
O resultado é o caos urbano logo pelas manhãs, situação que se repete no início das noites. Diariamente, quem vive ou trafega por vias da região não tem muito o que fazer a não ser parar, olhar para os lados e ficar sem saída diante da lentidão. O carro como prisão é cena recorrente em lugares como o Corredor ABD e o Viaduto Cassaquera.
A tendência é a piora no futuro próximo, caso o número de veículos nas ruas continue a crescer na mesma proporção dos últimos dois anos. Hoje, a região tem um veículo para cada 2,5 habitantes. São Caetano lidera o ranking de cidade mais motorizada, com uma relação de 1,6 morador para cada automóvel ou moto.
O exagero matemático não seria tão sentido nas ruas se houvesse um uso racional dos veículos. Dividir o carro com quem faz o mesmo percurso e evitar colocá-lo em circulação desnecessariamente está longe de ser um hábito comum. O que mais se vê são pessoas se locomovendo individualmente.
Na região, as soluções já sugeridas não foram colocadas em prática ou ainda não apresentaram efeitos concretos. São os casos da redefinição de mão das Avenidas Industrial e Dom Pedro II, em Santo André, ou do plano São Bernardo Moderna. Do Consórcio Intermunicipal vem o recado: a malha viária do Grande ABC não tem como ser expandida.
A aposta das autoridades é modesta diante do tamanho do desafio: um plano integrado para incentivar o uso do transporte
público, que também necessita de melhorias. O engajamento da sociedade é parte importante do processo de mudança, mas não parece ter força suficiente para resolver sozinho a questão crucial dos deslocamentos com eficiência.
As cidades do Grande ABC crescem fora de rumo, absorvem empreendimentos imobiliários inadequadamente e apertam, elas mesmas, o nó viário que as sufoca todos os dias. Sem racionalidade no uso de seus carros e motos, os moradores não saem do lugar.
Para Consórcio, questão deve ser vista regionalmente
Na opinião do prefeito de São Caetano e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, José Auricchio Junior (PTB), apenas com ações integradas e com o incentivo ao uso do transporte
público que as cidades da região poderão lidar com o problema do trânsito nos horários de pico.
"A questão do trânsito no Grande ABC não pode ser vista de forma isolada. Um congestionamento em São Bernardo, por exemplo, reflete nas cidades vizinhas", destacou Auricchio. "A região é muito restrita em termos de áreas para a construção de novas vias de tráfego, por isso, pode-se afirmar que a fórmula mestra para lidar com isso é o investimento em transporte público."
Para o secretário de Mobilidade Urbana de São Caetano, Marcelo Ferreira de Souza, além do incentivo ao uso de rotas alternativas, uma solução de mais longo prazo é o investimento em formas de transporte alternativo. "Temos a intenção de ampliar a estrutura das ciclovias da cidade. A gente observa, porém que falta a cultura de uso desse meio de transporte para o trabalho."
Falha de planejamento ameaça viaduto
Mesmo com intervenções ousadas, simples falhas de planejamento podem colocar soluções pontuais em xeque. É o exemplo do Complexo Cassaquera, em Santo André, que custou R$ 30 milhões e hoje está completamente congestionado por causa de um fechamento de uma via próxima, de poucos metros de extensão.
Um ano e dois meses e desde a sua inauguração, o Complexo Cassaquera - que interliga as avenidas dos Estados e a Giovanni Battista Pirelli - já se tornou um dos principais pontos de congestionamento da cidade.
O principal culpado, entretanto, não foi o crescimento da frota de veículos da região, e sim o fechamento pela Prefeitura de Mauá da passagem de nível da Avenida Manoel da Nóbrega na Estação Capuava da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em Mauá.
Desde que o acesso foi fechado, em junho, os motoristas tiveram que buscar caminhos alternativos para chegar à Avenida Giovanni Battista Pirelli. A alternativa mais fácil passou a ser o Cassaquera, que, no entanto, ficou saturado.
O motorista que precisa passar pelo local nos horários de pico enfrenta em média vinte minutos para cruzar os 1.000 metros de extensão do viaduto.
Procurada em diversas ocasiões pelo Diário, a administração municipal de Mauá nunca respondeu aos questionamentos da reportagem, sobre o porquê da decisão de fechar o acesso à passagem de nível.
Enquanto isso, o número de pessoas que reclamam da decisão, aumenta. Na última quinta-feira, a professora Ivanilde Ferrari, 53 anos, expôs seu descontentamento. "Dizem que esse acesso na estação Capuava não serve mais. Mais como ele serviu até agora? Antes do fechamento não tinha esse trânsito todo", questionou.


São Bernardo Moderna é aposta da cidade mais populosa
Evandro EnoshitaWilliam Cardoso
Apesar da falta de espaços para a expansão da rede viária na região, São Bernardo aposta no Programa São Bernardo Moderna para desafogar o trânsito no município.
Iniciado em 2007, na gestão do ex-prefeito William Dib (PSB), o projeto é constituído de uma série de 800 obras e 24 grandes intervenções viárias, que incluíram a abertura de uma faixa de rolamento na Avenida Pereira Barreto, no trecho entre as avenidas Lauro Gomes e Aldino Pinotti - concluída no final do ano passado. Dentre as intervenções previstas, estão algumas de menor expressão, como mudanças em calçadas e a instalação de semáforos.
Uma das obras do projeto que chamam mais a atenção é a remodelação da Avenida Lions, o principal ponto de passagem para quem se locomove entre as cidades de Santo André e Diadema e local de origem do problemático Corredor ABD. Orçada em R$ 14 milhões, a ideia é que até 2012 a Lions tenha um aspecto semelhante a da Avenida Perimetral, no Centro de Santo André.
Serão empregados no projeto R$ 254 milhões, recursos provenientes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que deverão ser empregados até 2013, conforme acordo firmado com o banco. Este prazo, no entanto, poderá ser estendido, de acordo com a justificativa da
administração municipal.
Até mudança de mão em vias importantes é cogitada
Se não é possível construir novas vias ou reformar o sistema de transporte, o poder público cogita rearranjar as pistas já existentes e saturadas.
Em junho, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB) propôs que as avenidas Dom Pedro II e Industrial passassem a permitir o fluxo de veículos em mão única, como forma de atenuar o pesado tráfego de veículos nessas vias. A Dom Pedro II teria apenas o sentido São Caetano, enquanto a Industrial seria reservada para o retorno a Santo André.
Aidan descartou que a mudança fosse realizada ainda neste ano, mas deixou claro que essa é uma possibilidade levada a sério pela
administração municipal. Mesmo sem ter apresentado estudo algum, o prefeito deduziu que o tráfego nas duas avenidas iria melhorar até 40%.
Especialista em trânsito e colunista do Diário, Cristina Baddini destacou na ocasião que somente a partir de estudos consistentes, em que os usuários dessas vias sejam consultados, será possível concretizar a mudança. "Acredito que o pedestre não iria gostar da mudança. A velocidade dos veículos aumentaria e o risco de acidentes e atropelamentos seria maior."
Não foi a primeira vez que essa proposta foi colocada na pauta de discussões. Em 1995, na gestão de Newton Brandão, e no último mandato de João Avamileno (PT), de 2004 e 2008, a medida chegou a ser analisada
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Para ANTP, uso consciente faria a diferença
Do Diário do Grande ABC
O presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes
Públicos), Ailton Brasiliense, acredita que só a posse de veículos não é preocupante: o que pode ou não atrapalhar a mobilidade é o uso que se faz deles. Ele entende que um indivíduo ou uma família pode ter quantos carros quiser. "Um, dez ou quantos forem, isso não importa. Relevante é todo mundo resolver seus problemas com o uso excessivo do automóvel ou motocicleta."
A qualidade do transporte coletivo é vista como muito importante para atrair a população. Porém, o especialista ressalta que não são todas as pessoas que estão dispostas a trocar carro por ônibus, trem ou metrô. Mas o presidente da ANTP explica que nem em cidades desenvolvidas como Paris, Nova York ou Londres a boa qualidade do serviço público de transporte evita congestionamentos. "É algo que sempre teremos, principalmente nos horários de pico."
O setor de construção civil também precisa rever seus conceitos. Investimentos imobiliários não devem ficar restritos às moradias, mas sim serem ampliados para a criação de núcleos com serviços e comércio, estimulando as pessoas a circularem no próprio bairro.
Para o Grande ABC, a solução passa pela luta em bloco por melhorias. "Os prefeitos da região têm um histórico de bom convívio. É importante que consigam propor soluções em conjunto com o governo do Estado", diz o presidente da ANTP. "A mobilidade deve ser vista como um todo. Não é só a questão de uma lata que se desloca pelas ruas."


Cristina Baddini Lucas