quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Novo radar começa a operar nas estradas de São Paulo

Um sistema inovador de detecção de veículos em situação irregular começou a operar nesta quarta-feira (15), nas rodovias que cortam o estado de São Paulo. Implementado em 24 estradas, os 42 radares fixos conseguem identificar por meio de câmeras as letras e números das placas e, em até 4 segundos, levantar se o carro foi furtado, roubado ou tem problemas na Justiça.

Por questão de segurança, a Secretaria de Estado dos Transportes não informou os pontos onde os radares estão instalados. Sabe-se apenas que eles ficam em pontos estratégicos, a poucos quilômetros das bases da Polícia Militar Rodoviária.

O sistema funciona da seguinte maneira: quando o veículo passa pelo equipamento, sua placa é registrada e encaminhada, via rádio, para a base da polícia. Lá, os dados são dirigidos para um banco de dados do governo que levanta se o carro está em situação regular. Caso seja detectado algum problema, um aviso sonoro e outro visual alerta o agente, que pode fazer a abordagem do veículo na estrada. O tempo médio entre o alerta e a chegada do veículo suspeito ao posto de polícia é de 54 segundos.

Além dos radares fixos, outros 61 móveis, instalados em carros da corporação, passarão a funcionar em novembro. O custo total do sistema, incluindo instalação, equipamento e manutenção, ficou em cerca de R$ 11 milhões. O contrato vale durante 17 meses para os radares fixos e 15 para os móveis.

Todas as placas fotografadas pelos radares ficarão registradas em arquivos do governo. “Isso criará um banco de dados que irá proporcionar um melhor trabalho de inteligência da polícia”, afirmou o coronel da PM Jean Charles Oliveira, comandante do policiamento rodoviário de São Paulo. “Teremos mais dados sobre o movimento nas rodovias”, concluiu o coronel.

Na tarde desta quarta, policiais rodoviários de um posto na Rodovia Castello Branco, em Araçariguama, a 53 km de São Paulo, simularam uma abordagem. Dois veículos que constam no sistema do governo como roubados passaram pelo km 44 da estrada, no sentido interior. Ao detectar as placas, os computadores da base emitiram um sinal sonoro e suas telas ficaram em vermelho. Ao lado das fotos, dados do veículo, como os modelos, as cores e as cidades de origem, dividiam o espaço com a seguinte descrição: roubo.

Policiais prontamente correram para a pista, pediram para que os outros veículos diminuíssem a velocidade e, segundos depois, localizaram os carros suspeitos. Os motoristas foram levados até o acostamento e revistados. Se fosse uma abordagem real, eles seriam presos e encaminhados a um Distrito Policial.

“No ano passado, 180 mil veículos foram roubados ou furtados em todo o estado de São Paulo”, afirmou o secretário-adjunto dos Transportes, Silvio Aleixo, reiterando a importância desse tipo de sistema.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dia 22 deixe o carro em casa


A Jornada "Na Cidade Sem Meu Carro" é um Movimento Internacional que surge da preocupação relacionada com a qualidade de vida e o meio ambiente das nossas cidades. Este dia tem como objetivo lançar uma reflexão sobre o modelo de mobilidade vigente em nossa sociedade, onde há uma presença tão marcante e determinante dos automóveis nas cidades.
Sabemos que sem controle e uso racional os veículos provocam vários problemas, como milhares de vítimas de acidentes de trânsito, o aumento da poluição atmosférica, a destruição de prédios antigos para construção de novas vias e a valorização de uma cultura individualista. Portanto nesta data propomos restringir o acesso de automóveis em algumas regiões de seu espaço urbano a fim de proporcionar às pessoas uma oportunidade para descobrirem outras formas de transporte e de viverem este dia sem sentirem restrições à sua mobilidade.
Para dar o tom do dia 22 de setembro além da restrição ao automóvel sugerimos fazer medições de índices de poluição, lançamento de programas e projetos de priorização do transporte coletivo, passeios ciclísticos, passeatas, concursos, debates e atividades artísticas e culturais, respeitando-se, naturalmente, as características locais.

Sua participação neste evento é de suma importância para que a Jornada Internacional Na Cidade Sem Meu Carro continue a alcançar toda a repercussão e visibilidade necessária para o sucesso.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Autoescola terá de atingir cota mínima de aprovação


As autoescolas do país terão que conseguir a aprovação de no mínimo 60% dos candidatos que fizerem exames práticos ou teóricos para tirar a carteira de habilitação.
A nova exigência, fixada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), será uma das condições para que elas tenham o seu credenciamento renovado a cada ano.
O órgão alega que a medida visa controlar a qualidade das autoescolas no processo de formação de condutores. A inovação, no entanto, já é alvo de questionamentos.
Em tese, um índice mínimo de aprovação é uma maneira de pressionar os estabelecimentos a melhorar a qualidade dos cursos e a obrigar os alunos a cumprir a jornada mínima de 45 aulas teóricas e 20 práticas para tirar a carteira de motorista.
Além disso, a regra é citada por autoridades e especialistas de trânsito como uma forma de combater as criticas às autoescolas que fazem da reprovação de alunos um negócio -sem treiná-los da forma adequada e lucrando com seguidas taxas cobradas a cada insucesso.
Por outro lado, a obrigação motiva preocupações. Uma delas é que, num ambiente historicamente marcado por desvios de conduta, como a venda de CNHs, as autoescolas se sintam motivadas a manter acordos com examinadores para aprovações automáticas de condutores despreparados -até para sobreviver na atividade.
Já os estabelecimentos que repudiam as práticas ilícitas têm outro temor: as deficiências dos próprios exames.
"Em geral, a autoescola hoje não prepara. Serve para adestrar. Infelizmente. O cidadão entra na autoescola para tirar a carteira, não para aprender a dirigir. Ele finge que aprendeu, e ela finge que ensinou", diz José Guedes Pereira, presidente do sindicato das autoescolas de SP.
O Contran afirma que, apesar de ser novidade como regra nacional, a cobrança de um índice mínimo de aprovação nos exames para motorista já era feita por Detrans (departamentos estaduais de trânsito) de alguns Estados.
Em São Paulo, onde as autoescolas não tinham que cumprir essa exigência de cota mínima, a aprovação era de 60%, em média, nas provas práticas e de 63% nas avaliações teóricas em 2008. O Detran não informou à Folha números atualizados.
Pela nova legislação, as autoescolas deverão ser alertadas de que estão abaixo da cota mínima a cada três meses e terão de passar por reciclagens na tentativa de evitar a suspensão das atividades ao completar um ano.
A criação da cota mínima de aprovados é só uma das mudanças impostas pela resolução 358, em vigor desde agosto. Outras são a fixação do teto de aulas diárias e a mudança na idade máxima dos veículos usados nas aulas.
NOVAS REGRAS PARA AUTOESCOLAS
1 - META DE APROVAÇÃO
A autoescola terá que aprovar pelo menos 60% dos alunos nos exames teóricos e práticos (no período referente aos 12 meses anteriores) para ter sua autorização renovada
2 AULAS TEÓRICAS
A jornada máxima permitida foi fixada pelo Contran em até 10 aulas (de 50 minutos) por dia. Até então, não havia um limite regulamentado, mas Estados como São Paulo aceitam até cinco aulas por dia
3 AULAS PRÁTICAS
A jornada máxima permitida na formação prática foi estabelecida em três aulas (de 50 minutos) por dia. No entanto, no máximo duas delas poderão ser consecutivas
4 IDADE DOS VEÍCULOS
Foram fixadas novas idades máximas para os veículos das autoescolas: motos (caiu de 8 para 5 anos) e caminhões e ônibus (subiu de 8 para 15 anos) -a idade máxima para carros ficou mantida em 8 anos
Para especialistas, inovação é positiva, mas há dificuldades
Especialistas ouvidos pela Folha avaliam de forma positiva a inovação da cota mínima de aprovados por autoescola introduzida pelo Conselho Nacional de Trânsito, mas fazem ressalvas.
Ailton Brasiliense, ex-presidente do Contran e que hoje comanda a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), avalia que a meta de aprovação pelas autoescolas faz sentido, mas desde que haja instrutores e examinadores das provas mais bem preparados. "É preciso qualificá-los", defende.
José Montal, da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), considera positivo discutir uma forma de avaliação do treinamento dos motoristas pelas autoescolas, mas afirma ver dificuldades na definição de um critério equânime em todo o país, devido às diferenças entre os exames nos Estados.
Para as autoescolas, o ponto fraco do sistema são as provas. "O exame prático é subjetivo demais. E há desvios de conduta, aquela cultura de criar dificuldades para vender facilidades. Já no teórico, São Paulo, por exemplo, tem um banco de questões vergonhoso, ultrapassado", diz Magnelson de Souza, presidente da Federação Nacional das Autoescolas


Folha de São Paulo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Melhor gestão das cidades dá uma maior qualidade de vida


O arquitecto consultor das Nações Unidas na área do urbanismo, Jaime Lerner, diz que a luta pela sustentabilidade e qualidade de vida passa pela melhor gestão das cidades, o que pode suceder em menos de três anos. "As cidades podem começar a melhorar a qualidade de vida em menos de três anos, desde que haja vontade e estratégia, sem se dar a escusa da falta de recursos", afirmou.
Reconhecido como modelo no que toca ao ambiente e planeamento urbano, Lerner considera que as cidades têm de conciliar a estrutura de vida e trabalho. Porém, realçou, "não é isso que se vê em muitas cidades do mundo. Há guetos de gente rica, de gente pobre e pessoas a quererem morar na cidade, mas fora dela. Isso traz desperdício de energia e todo o tipo de problemas".
Lerner apontou como pontos principais para uma melhor gestão das cidades a mobilidade, sustentabilidade e sociodiversidade.