quinta-feira, 12 de julho de 2012

Google inclui rotas de bicicleta no Maps

Ciclovias e regiões propícias ao uso de bicicletas são exibidas no Google Maps, para Android, na Europa e Austrália

Bicicletas nas ruas de Londres: incorporadas à paisagem da cidade Bicicletas nas ruas de Londres: incorporadas à paisagem da cidade 
 
O Google Maps passa a exibir, a partir desta quinta-feira, na Europa e Austrália, uma nova ferramenta para auxiliar os ciclistas. O recurso, disponível nos Estados Unidos desde 2010, mostra ciclovias e regiões propícias ao ciclismo àqueles que buscam um determinado endereço na plataforma.
Leia também:
Google Maps poderá ser consultado off-line em celulares 

A nova opção está ativa na versão do Maps para Android e mostra rotas sem montanhas ou obstáculos difíceis para quem está utilizando uma bicicleta como meio de transporte.
"Sabemos como a bicicleta é popular em várias partes do mundo, então decidimos incluir esses dados, que ajudam o ciclista a encontrar rotas eficientes e a evitar ruas muito movimentadas ou montanhas. Essa personalização do Maps visa incentivar as pessoas a pedalar", diz Kai Hansen, gerente de produto da companhia no blog oficial do Google.
A empresa americana de buscas está ainda pedindo para os próprios ciclistas atualizarem as rotas através de um software chamado Map Maker. "Estamos encorajando os adeptos da bicicleta a ajudarem seus colegas por meio desses updates."
Leia também:
Google Maps poderá ser consultado off-line em celulares 


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Em Londres, ministro das cidades destaca gestão do transporte

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, elogiou o transporte público da capital britânica. Foto: Vagner Magalhães/Terra O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, elogiou o transporte público da capital britânica
Foto: Vagner Magalhães/Terra
Vagner Magalhães
Direto de Londres
O ministro das cidades, Aguinaldo Ribeiro, encerrou nesta quarta-feira um roteiro de visitas à cidade de Londres, sede dos Jogos Olímpicos de 2012. Na pauta, encontro com autoridades inglesas para a discussão de mobilidade urbana, habitação e saneamento básico. Os encontros também trataram de novas tecnologias de combustíveis e eficiência energética.

De acordo com ele, o que mais impressionou durante a visita foi o sistema de transporte londrino, com a interligação entre trens de superfície, metrô e linhas de ônibus. "A Inglaterra está em um momento bem diferente do Brasil. Esses investimentos foram feito ainda no pós-guerra, no final dos anos 40. Foi bastante interessante conhecer como é feita a gestão do transporte e um pouco disso pode ser levado ao Brasil", disse.
O ministro afirmou ter convidado as autoridades inglesas para conhecer o País e acompanhar os trabalhos que estão sendo feitos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016, que serão disputados no Rio de Janeiro.
De acordo com ele, uma das experiências mais bem sucedidas do Brasil em comparação com o que foi apresentado a ele pelos ingleses está no uso de energia limpa. "Aqui, eles estão investindo no uso de uma frota de ônibus híbrida, com a utilização da eletricidade e a redução na emissão de gases. Isso, acredito, possa ser utilizado de forma rápida no Brasil", afirmou.
Ribeiro deverá voltar a Londres, ainda este mês, durante a visita da presidente da República Dilma Rousseff, que estará na Inglaterra no período de abertura dos Jogos.
O ministro disse também que a alternativa menos poluente de mobilidade, com a implantação de pistas rápidas exclusivas para bicicletas é algo que pode ser levado ao Brasil. A Inglaterra pretende aumentar em 400% o uso da bicicleta na cidade de Londres até 2015. Somente com a construção de infraestrutura adequada para os Jogos Olímpicos, o uso da bicicleta aumentou cerca de 70% na cidade.
A secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, que também participou dos encontros, disse que entre o que viu em Londres e que pode ser utilizado no Brasil são os bairros planejados, dentro do projeto Minha Casa, Minha Vida.
"O que não podemos repetir é a construção de cidades dormitórios. Já estamos implantando no Brasil, um conceito de bairros, em que os equipamentos urbanos sejam construído ao mesmo tempo que as residências, para que se evitem grandes deslocamentos todas as vezes que se precisa utilizar um deles", disse ela.
Segundo ela, as construções precisam dialogar com o planejamento, o que, no Brasil, nem sempre foi assim. "Também observamos algumas soluções no uso de materiais, principalmente no que diz respeito às novas tecnologias. Vamos conversar sobre o uso de algumas novas tecnologias, que estão em desenvolvimento", disse.
Nesta terça-feira, o ministro se encontrou com técnicos do Ministério de Comunidades e Governos Locais. Também esteve na Aecom, empresa britânica que venceu a concorrência pública para desenvolver o Plano Diretor do Parque Olímpico de Londres e do Rio de Janeiro.
"Pudemos conhecer projetos de revitalização urbana (East London), acessibilidade e mobilidade urbana, além de habitação social e resíduos. Temos de trabalhar forte para também deixar um legado ao Brasil", afirmou.
No fim do dia, o ministro foi recebido para um coquetel na casa do embaixador brasileiro Roberto Jaguaribe, nas imediações do Hyde Park.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Lei da mobilidade urbana - Estimulo ao pedestre e ao ciclista ainda são letra morta na cartilha dos governantes, afirma técnico do Ipea


Em vigor desde abril passado, a nova lei de Mobilidade Urbana pouco mudou no cenário dos planos e projetos de transporte nas cidades brasileiras. Para "pegar" de verdade, o dispositivo legal depende de um empurrãozinho da sociedade, via órgãos judiciais, pressões sobre o parlamento e ações diretas, nas ruas.

A avaliação é do arquiteto Ernesto Galindo, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, em sua palestra no CicloDebate 3, organizado pela CicloCidade e CicloBr nesta terça-feira (3), no auditório Ação Educativa, em São Paulo.

Galindo lembrou que hoje a média de ocupação dos automóveis nas cidades não passa de 1,3 passageiros, e acrescentou que os carros não ocupam apenas áreas nas ruas, mas também nos edifícios, com vagas e mais vagas para estacionamentos, postos de combustíveis e outras instalações de apoio.

"O investimento em infraestrutura para o automóvel particular é um caminho sem saída: os usuários de carros pressionam para ampliar ruas, avenidas e estradas e rapidamente essa infraestrutura é ocupada por mais carros, o que gera uma nova onda de pressão por mais infraestrutura", afirmou o arquiteto, que mostrou um gráfico em espiral desenvolvido por técnicos de países que já viveram esse fenômeno

O especialista revelou que dos R$ 30 bilhões arrecadados pelo governo federal com a CIDE (contribuição originária da comercialização de combustíveis) entre 2005 e 2008 apenas 72% foram efetivamente aplicados no transporte, mas ressaltou que os usos nao urbanos (rodovias, por exemplo) abocanharam cerca de 67% do total. Apenas 4,45%, ou R$ 1,3 bilhão,  foram aplicados em projetos urbanos, mas prioritariamente em sistemas de transportes coletivos. Quase nada foi investido em infraestrutura para bicicletas, concluiu Galindo. "No tempo em que trabalhei na Secretaria de Mobilidade Urbana (Ministério das Cidades) nunca vi um centavo sair para ser aplicado em sistemas cicloviários", lembrou o arquiteto para exemplificar o desinteresse das autoridades pelo estímulo ao uso das bikes.

Bicicleta fora dos planos
Galindo mostrou uma série de gráficos que comprovam as vantagens do uso da bicicleta como meio de transporte, como o baixo custo, baixo consumo de energia, mínima infraestrutura, benefícios para o ambien e para a saúde individual e pública. E disse que, apesar da falta de estatísticas confiáveis, estima-se que pelo menos cerca de 9% a 10% das viagens diárias em todo o Brasil sejam feitas por meio de bicicletas, integralmente ou integradas a meios de transporte coletivo.

Apesar disso, e apesar da disponibilidade de dezenas de bilhões de reais para investimento na renovação urbana das cidades brasileiras, apenas duas das doze cidades-sede apresentaram projetos cicloviários para a seleção de projetos para a Copa de 2014, lembrou o representante do Ipea.

Questionado pela plateia, Ernesto Galindo concluiu que o sucesso da Lei de Mobilidade Urbana depende quase que exclusivamente das pressões que a sociedade organizada possa exercer sobre o poder público. Enfim, Mobilizem-se!
Mobilize