quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dia 13 de maio foi o Dia do Automóvel. Temos o que comemorar?

Metade da população mundial está concentrada nos centros urbanos que crescem 2,5% ao ano o que não deixa dúvidas que o destino da humanidade depende do que acontece nas cidades.

Representando apenas 2% da superfície do planeta, as cidades concentram pessoas, aglutinam problemas, pesadelos, sonhos e soluções dentro de uma frenética rede de relações sócio-econômicas, culturais, políticas, estabelecendo uma grande troca de conhecimento, inteligência, informação e sentimentos. Essa grande união de pessoas e as inter relações dentro de um determinado espaço exige de imediato que se faça o equilíbrio entre o homem e a natureza.

O Brasil parece estar na contramão da tendência mundial entupindo suas cidades com carros enquanto o restante do mundo desenvolvido está investindo em transporte público urbano de massa. É visivelmente grave a situação na Região Metropolitana de São Paulo onde vivem 19 milhões de pessoas, com cerca de 1000 carros novos em circulação a cada dia e oferta de financiamento em até 60 meses o que contribue ainda mais para os congestionamentos na cidade com aumento da poluição e dos acidentes de trânsito. E assim a vida urbana vem perdendo qualidade.

Precisamos de projetos para um desenvolvimento urbano sustentável e de um transporte público com qualidade além da necessidade dos governos organizarem o uso dos espaços urbanos em prol da qualidade de vida da população. A cidade necessita de um serviço de transporte coletivo em toda a sua extensão. A periferia também deve ser atendida com o mesmo padrão de transporte público existente nos centros urbanos mais ricos o que também significa que a cidade deverá ser desenhada para facilitar a vida de pedestres, ciclistas e usuários de transporte público.
O maior desafio hoje é fazer a cidade acreditar em si mesma, em sua força. Não pode haver divergências entre política e sustentabilidade. Com interesses específicos e visão limitada ao aqui e agora, as decisões na esfera do poder não podem deixar de cumprir os princípios do bem comum e universal. Enquanto o cidadão não se der conta da sua força e importância capazes de provocar as mudanças necessárias e traçar o próprio destino nada mudará.

Um comentário:

  1. 40% da área urbana do ABC é destinada aos automóveis. O automóvel sempre teve espaço privilegiado nas cidades. Precisamos de outro modelo de cidade. E o que dizem os nossos governantes. Será que pensam nisto?
    Claudia

    ResponderExcluir