Bicicleta e qualidade de vida foram os assuntos centrais da discussão do Seminário Nacional Políticas de Transporte Cicloviário, ocorrido nos dias 18 e 19 de junho na cidade de Sorocaba/SP, com a participação de diversos segmentos da sociedade brasileira que defendem o uso da bicicleta como modo de vida, aliado aos benefícios de saúde, bem-estar e locomoção.
Na abertura do evento, o prefeito Vitor Lippi enfatizou que a implantação das ciclovias em Sorocaba. Salientou que é a primeira etapa da inserção da bicicleta no sistema de trânsito. Segundo ele, não havia como incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte sem a existência das ciclovias. Para Lippi, as faixas restritas para este veículo são a única forma de dar segurança para quem usa a bicicleta. Disse ainda que está ampliando a rede cicloviária, com a integração e criação de rotas mais utilizadas pela população.
De acordo com o prefeito, o projeto dos bicicletários públicos, que será a integração da utilização da bicicleta com o transporte coletivo deve ser implantado a partir do ano que vem. Estamos trabalhando na questão do conceito das bicicletas públicas, que deverá ser integrado ao transporte coletivo. Ele deverá ser modal, ou seja, você utilizar os dois sistemas, o transporte coletivo e o de bicicletas, só que para isso, adiantou, o programa passa por uma parte de pesquisa de logística, no qual serão definidos em que pontos serão instalados os bicicletários.
Um colecionador sorocabano cedeu suas bicicletas para uma exposição no saguão do hotel. A mais antiga, uma Hercules inglesa, de 1945, dividiu a atenção com uma outra da mesma nacionalidade, uma Philips, com placa de Barretos, fabricada em 1947. As bikes foram alvo de muitos flashes por parte dos participantes. Depois dos debates, os participantes saíram para uma pedalada pela ciclovia da marginal com destino ao Parque das Águas. Para isso, usaram as bicicletas de uma empresa do Rio de Janeiro, que já opera na capital carioca com um sistema de bicicletas de aluguel, o chamado projeto Samba. O percurso de seis mil metros será acompanhado por agentes de trânsito da Urbes.
Os temas que foram abordados durante os trabalhos do Seminário Nacional Cicloviário de Sorocaba foram:
A BICICLETA E A CIDADE – com o objetivo de reforçar o papel e a importância da bicicleta na mobilidade urbana; Após a abertura feita pelo prefeito Vitor Lippi houve apresentações de vídeos que revelaram as maravilhas que esse meio de transporte proporciona em grandes centros como Copenhague, na Dinamarca.
Bill, que é presidente da Associação Bike Brasil, está nessa luta há mais de vinte anos e foi um dos mentores do projeto CICLO REDE, um mapa que consta de rotas mais seguras para pedalar pelas ruas de SP. Bill sempre teve uma postura um pouco contra a luta por ciclovias, pois acredita que a segregação não é a solução e sim a educação e respeito no trânsito compartilhado. Zé Lobo, Presidente da Associação Transporte Ativo - TA, informou que no Rio de Janeiro, já nos anos oitenta, logo após voltarem do exílio na Europa, Alfredo Sirkis e Fernando Gabeira davam os primeiros passos do cicloativismo brasileiro. "Eles traziam uma outra cultura de lá e já queriam implantá-la por aqui. Nessa época, em 1984, houve a primeira Bicicleata, pedalada que vinha pela Orla do Flamengo e ia até o Leblon, liderada por ambos. Por alguns anos muito pouco ouvi falar de ciclovias ou cicloativismo até que em 1990 em uma corrida de MTB em Teresópolis, fui dar um depoimento à um repórter da Bicisport. Ali pela primeira vez percebi o que era o cicloativismo, o repórter era o Arturo Alcorta. Naquele dia ele me abriu os olhos para a bicicleta na cidade, que eu já utilizava, mas nunca tinha visto como um veículo!
MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO: EDUCAÇÃO E LEGISLAÇÃO – com a correta inserção do transporte cicloviário nas políticas de mobilidade urbana, visando a segurança dos ciclistas e os conflitos com os demais usuários do sistema viário – visão dos 3 Es (engenharia – educação – esforço legal); Um dos méritos da realização do seminário foi a possibilidade de se ampliar a reflexão técnica sobre o transporte urbano por bicicletas, favorecendo o aprimoramento das intervenções que as cidades brasileiras no futuro, segundo avalia Laura Ceneviva, do Grupo Próciclista, da Prefeitura Municipal de São Paulo, acrescentando ser preciso avançar nesse campo, conhecendo melhor os erros e os acertos de iniciativas desenvolvidas no País.
Na década de 70 Renata Falzoni utilizava a bicicleta como meio de transporte em São Paulo. Os passeios noturnos aconteceram quando Renata Falzoni escolheu a noite como sendo perfeita para pedalar, pois o número de veículos era reduzido. Em meados de 80 aquelas saídas noturnas não eram mais solitárias, Renata tinha companhia de vários amigos. Em 1989, estes passeios informais começaram a se expandir, e várias pessoas queriam pedalar nas condições de um Night Biker. Daí nasceu a idéia de criar o Night Biker's Club do Brasil, com o objetivo de fazer os passeios noturnos, fomentar o Mountain Bike no Brasil e difundir conceitos quanto a educação e a segurança do ciclista e da bike. Renata Falzoni, hoje é comentarista da Espn e já andou de bicicleta em mais de 20 países e citou que somente as ciclovias não são suficientes para tornar a bicicleta um meio de transporte. Para ela, é necessário toda uma estruturação cicloviária, que engloba ciclovias, ciclofaixa, bicicletário público, integração com outros transportes, sinalização como um todo e criação de rotas de ciclovias. A ciclovia é um instrumento para você equipar uma cidade de uma forma que você consiga criar rotas para não-motorizados dentro do município.
CONSTRUINDO A INFRA-ESTRUTURA CICLOVIÁRIA (CICLOVIA / TRÁFEGO COMPARTILHADO / INTERSECÇÕES) – aprimoramento de técnicas nos projetos cicloviários; O administrador público, muitas vezes, entende que a bicicleta é mais um estorvo; e acredita que ela irá competir com o carro pelo espaço urbano, e que trará problemas, em vez de soluções. Então, foi importante que os especialistas, os ciclistas e os ativistas que participaram do Seminário de Sorocaba mostrem aos outros administradores públicos que a bicicleta não é um monstro de sete cabeças. É “eventualmente” perigoso, mas não é “necessariamente” perigoso andar de bicicleta no trânsito. É preciso que os responsáveis pela mobilidade nas cidades compreendam quais são as necessidades da bicicleta e o que deve ser feito para garantir a convivência da bicicleta com outros veículos. É preciso alcançar também os comerciantes que muitas vezes resiste à implantação de uma ciclovia ou ciclofaixa, achando que esse tipo de equipamento vai tirar seus clientes, quando, na realidade, estudos feitos no exterior mostram que é oposto: com a ciclovia, o ciclista visita mais a loja e acaba gastando mais no estabelecimento.
Miranda questiona se é o pedestre ou ciclista a prioridade de travessia na área exclusiva de bicicletas? Passeio compartilhado ou ciclovia. Será que a junção dos dois usos surte bom efeito?
Esclarece os passos para cidades que não tem nada de estrutura cicloviária, e os procedimentos para quem já tem alguma rede. Finaliza com as indicações para as cidades que já tem uma rede estruturada. Mostra que a conectividade amplia de forma exponencial o número de viagens por bicicleta em uma cidade e que o tratamento das interseções é fundamental para a segurança.
OFERTA DE ESTACIONAMENTO E BICICLETAS PÚBLICAS (Velib) – estímulo ao uso, segurança, demanda, condições adequadas, estacionamentos seguros, integração com sistemas de transporte coletivos e aos pólos geradores de tráfego; O palestrante Reginaldo Paiva, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), falou sobre a integração da bicicleta com os demais meios de transporte e a preocupação com as políticas públicas para o uso da bicicleta, que praticamente inexistem no país. Agrupou os ciclistas em duas classes: apocalípticos — os corajosos, que não exigem condições de infra-estrutura apropriada; e os integrados, que requerem um mínimo de segurança no sistema viário.Enfatizou que todas as viagens de bicicleta começam e terminam em bicicletários. Salienta que as viagens urbanas de bicicleta já ultrapassam as viagens com o uso do táxi.
Sistema SAMBA - Solução Alternativa para Mobilidade por Bicicletas de Aluguel
O Sistema SAMBA prevê o aluguel de bicicletas com liberação através do uso do celular. Com o celular pode ser feito:
•Liberação de bicicletas
• Consulta a situação de disponibilidade de bicicletas e vagas nas estações
• Consultas do tempo de jornada
• Acesso ao “Segredo” de cadeado.
Os objetivos do projeto são valorizar a bicicleta como meio de transporte e não apenas para lazer;
•Facilidade, versatilidade e alta rotatividade de utilização para pequenos percursos;
•Redução dos engarrafamentos nas áreas centrais das cidades
•Integração com os meios de transporte coletivo (metrô, ônibus, trem).
PERSPECTIVAS DA INDÚSTRIA DE BICICLETAS NO BRASIL - O Brasil é o terceiro produtor mundial de bicicletas e o quinto maior mercado consumidor;
Perspectivas da indústria de bicicletas no Brasil foi tema de debate apresentado pela entidade para integrantes de 38 municípios. A Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – participou na sexta-feira, dia 19 de junho, do Seminário Nacional: Política de Transporte Cicloviário, realizado em Sorocaba, interior de São Paulo. O evento, promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e ENDEC (Sorocaba), reuniu 120 pessoas, de 38 municípios, e estimulou o debate e a reflexão técnica sobre o transporte urbano por bicicletas. Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo, representou a entidade como palestrante, e versou sobre as perspectivas da indústria de bicicletas no Brasil. “São em debates como esse que soluções são difundidas e implantadas nas cidades do país. É uma oportunidade de ampliar o conhecimento e trocar experiências, e nós, da Abraciclo, temos satisfação em participar deste tipo de iniciativa pela chance de levar a diferentes públicos novas visões do setor”, afirmou Moacyr.Em seu debate, a Abraciclo abordou a expansão do mercado de bicicletas no Brasil, segmento em que o país é o terceiro maior produtor mundial e o quinto maior mercado consumidor, além do fato de que esse crescimento vem acompanhado de exigências cada vez maiores de produtos com qualidade, segurança e preços acessíveis.Os fabricantes de bicicletas do Brasil vêem como racional e inevitável o constante crescimento da produção e vendas de bicicletas, por estas serem o mais econômico dos meios de transporte, além de contribuírem fortemente para a preservação da qualidade do ar. A utilização como lazer e como opção esportiva ainda tem muito espaço para crescimento no Brasil, que oferece condições ímpares para a prática das várias modalidades de passeios e competições.
Arturo, cicloativista desde o início dos anos oitenta, coordena a Escola de Bicicleta, foi Bike Repórter da Rádio Eldorado FM, de 1999 a 2001 critica a qualidade das bicicletas fabricadas no País. Arturo veiculava informações pela rádio enquanto pedalava, entre as 18 e às 20 horas, diariamente, pelas ruas de São Paulo. O sucesso era o fato de que além dos boletins sobre o trânsito ele falava sobre a cidade, sobre a vida, pequenas coisas do dia a dia. Ele enfatizou que as bicicletas nacionais não tem número de série e as empresas fabricantes não precisam nem ao menos do Cadastro Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ), alertou diretor da Escola da Bicicleta. Ele descreveu inúmeros problemas de estrutura existentes nas magrelas brasileiras, entre elas, quebras de guidão, colapso das rodas e a fragilidade dos aros. Os acidentes que acontecem com as bicicletas com certeza estão relacionados com estes problemas. Não existe uma estatística sobre o índice de acidentes no País porque somos desprovidos de peritos criminais especialistas em bicicleta, como existe em outros países cuja cultura da bicicleta é enraizada. Outra situação que precisa ser mudada, segundo Alcorta, é que as bicicletas devem ser feitas para atender as estaturas médias da população. A bicicleta tem de fornecer segurança e conforto. Fuja das bicicletas baratas, concluiu.
IMPACTO DO TRANSPORTE CICLOVIÁRIO NO DESENVOLVIMENTO URBANO – a cultura do automóvel e os papéis dos projetos cicloviários no processo de remodelação do espaço urbano.
O ponto chave quanto ao uso da bicicleta é a integração com os outros meios de transporte, segundo a UITP. Isso evita que a pessoa tenha que depender apenas da bicicleta como seu meio de transporte. Com a integração, todos podem ir de bicicleta, percorrendo a distância que separa de uma estação de metrô ou de trem, ou ainda de um terminal de ônibus, e nesses locais encontrar condições de deixar a bicicleta de forma segura, usando o transporte público para ir trabalhar e voltar até a estação, pegar a bicicleta e retornar para casa. É claro que precisamos respeitar o direito daqueles que optarem por usar a bicicleta como seu meio principal de transporte. Ainda temos uma grande caminhada até chegar ao desejado equilíbrio: controlar o trânsito e ao mesmo tempo não perder aquela sensação de liberdade que se tem com a bicicleta.
Passeio noturno
Depois dos debates, os participantes saíram para uma pedalada pela ciclovia da marginal com destino ao Parque das Águas. Para isso, usaram as bicicletas de uma empresa do Rio de Janeiro, que já opera na capital carioca com um sistema de bicicletas de aluguel, o chamado projeto Samba. O percurso de seis mil metros será acompanhado por agentes de trânsito da Urbes.
Semana da Bicicleta
O seminário nacional fez parte da Semana da Bicicleta que seguiu com atividades até o domingo (21) quando ocorreu um grande passeio com saída do Parque das Águas rumo ao Parque dos Espanhóis. A atração de sábado foi uma prova ciclística que se realizou no Parque das Águas, a partir das 12h. O objetivo da semana foi divulgar os meios mais adequados para a integração da bicicleta ao cenário de tráfego da cidade do ponto de vista, tanto do ciclista, como do motorista.
Na abertura do evento, o prefeito Vitor Lippi enfatizou que a implantação das ciclovias em Sorocaba. Salientou que é a primeira etapa da inserção da bicicleta no sistema de trânsito. Segundo ele, não havia como incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte sem a existência das ciclovias. Para Lippi, as faixas restritas para este veículo são a única forma de dar segurança para quem usa a bicicleta. Disse ainda que está ampliando a rede cicloviária, com a integração e criação de rotas mais utilizadas pela população.
De acordo com o prefeito, o projeto dos bicicletários públicos, que será a integração da utilização da bicicleta com o transporte coletivo deve ser implantado a partir do ano que vem. Estamos trabalhando na questão do conceito das bicicletas públicas, que deverá ser integrado ao transporte coletivo. Ele deverá ser modal, ou seja, você utilizar os dois sistemas, o transporte coletivo e o de bicicletas, só que para isso, adiantou, o programa passa por uma parte de pesquisa de logística, no qual serão definidos em que pontos serão instalados os bicicletários.
Um colecionador sorocabano cedeu suas bicicletas para uma exposição no saguão do hotel. A mais antiga, uma Hercules inglesa, de 1945, dividiu a atenção com uma outra da mesma nacionalidade, uma Philips, com placa de Barretos, fabricada em 1947. As bikes foram alvo de muitos flashes por parte dos participantes. Depois dos debates, os participantes saíram para uma pedalada pela ciclovia da marginal com destino ao Parque das Águas. Para isso, usaram as bicicletas de uma empresa do Rio de Janeiro, que já opera na capital carioca com um sistema de bicicletas de aluguel, o chamado projeto Samba. O percurso de seis mil metros será acompanhado por agentes de trânsito da Urbes.
Os temas que foram abordados durante os trabalhos do Seminário Nacional Cicloviário de Sorocaba foram:
A BICICLETA E A CIDADE – com o objetivo de reforçar o papel e a importância da bicicleta na mobilidade urbana; Após a abertura feita pelo prefeito Vitor Lippi houve apresentações de vídeos que revelaram as maravilhas que esse meio de transporte proporciona em grandes centros como Copenhague, na Dinamarca.
Bill, que é presidente da Associação Bike Brasil, está nessa luta há mais de vinte anos e foi um dos mentores do projeto CICLO REDE, um mapa que consta de rotas mais seguras para pedalar pelas ruas de SP. Bill sempre teve uma postura um pouco contra a luta por ciclovias, pois acredita que a segregação não é a solução e sim a educação e respeito no trânsito compartilhado. Zé Lobo, Presidente da Associação Transporte Ativo - TA, informou que no Rio de Janeiro, já nos anos oitenta, logo após voltarem do exílio na Europa, Alfredo Sirkis e Fernando Gabeira davam os primeiros passos do cicloativismo brasileiro. "Eles traziam uma outra cultura de lá e já queriam implantá-la por aqui. Nessa época, em 1984, houve a primeira Bicicleata, pedalada que vinha pela Orla do Flamengo e ia até o Leblon, liderada por ambos. Por alguns anos muito pouco ouvi falar de ciclovias ou cicloativismo até que em 1990 em uma corrida de MTB em Teresópolis, fui dar um depoimento à um repórter da Bicisport. Ali pela primeira vez percebi o que era o cicloativismo, o repórter era o Arturo Alcorta. Naquele dia ele me abriu os olhos para a bicicleta na cidade, que eu já utilizava, mas nunca tinha visto como um veículo!
COMO IMPLEMENTAR UMA CICLOVIA – orientações para as ações de incentivo ao uso da bike com uma visão mais abrangente e não simplesmente como mais uma obra de infra-estrutura; O engenheiro José Carlos de Almeida, da Urbes - Trânsito e Transportes, a empresa responsável pela organização do Seminário, explanou, entre outros detalhes, que Sorocaba tem hoje 50 mil metros de ciclovias. “E a meta da Prefeitura é chegar a 100 mil metros, formando uma grande malha onde se possa pedalar com segurança”, enfatizou. A implantação de ciclovias em Sorocaba é a primeira etapa da inserção da bicicleta no sistema de trânsito de seu município, e elemento importante para incentivar o uso da bicicleta; o projeto é ampliar a rede cicloviária, com a integração e criação de rotas mais utilizadas pela população, implantação de bicicletários públicos e integração da com o transporte coletivo. Observou-se no evento que há um despertar dos dirigentes públicos para a importância do uso da bicicleta como mais um meio de meio de transporte para deslocamento de trabalhadores e estudantes, e não apenas como uma excelente atividade de lazer. Renato Gianolla, presidente da Urbes, disse ser importante o surgimento dessa mentalidade entre os administradores públicos municipais, pois a vontade política do prefeito é fator significativo para promover e sustentar o transporte cicloviário como alternativa efetiva nas cidades.
A capital sergipana cresceu muito nos últimos cinco anos e o desenvolvimento é notável em todas as áreas. Um dos grandes destaques é a criação do Sistema Cicloviário de Aracaju, criado pela Prefeitura através da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), e que se tornou referência nacional. Sistema Cicloviário de Aracaju tem uma meta de 62 Km de ciclovias na extensão da capital.
A capital sergipana cresceu muito nos últimos cinco anos e o desenvolvimento é notável em todas as áreas. Um dos grandes destaques é a criação do Sistema Cicloviário de Aracaju, criado pela Prefeitura através da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), e que se tornou referência nacional. Sistema Cicloviário de Aracaju tem uma meta de 62 Km de ciclovias na extensão da capital.
MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO: EDUCAÇÃO E LEGISLAÇÃO – com a correta inserção do transporte cicloviário nas políticas de mobilidade urbana, visando a segurança dos ciclistas e os conflitos com os demais usuários do sistema viário – visão dos 3 Es (engenharia – educação – esforço legal); Um dos méritos da realização do seminário foi a possibilidade de se ampliar a reflexão técnica sobre o transporte urbano por bicicletas, favorecendo o aprimoramento das intervenções que as cidades brasileiras no futuro, segundo avalia Laura Ceneviva, do Grupo Próciclista, da Prefeitura Municipal de São Paulo, acrescentando ser preciso avançar nesse campo, conhecendo melhor os erros e os acertos de iniciativas desenvolvidas no País.
Na década de 70 Renata Falzoni utilizava a bicicleta como meio de transporte em São Paulo. Os passeios noturnos aconteceram quando Renata Falzoni escolheu a noite como sendo perfeita para pedalar, pois o número de veículos era reduzido. Em meados de 80 aquelas saídas noturnas não eram mais solitárias, Renata tinha companhia de vários amigos. Em 1989, estes passeios informais começaram a se expandir, e várias pessoas queriam pedalar nas condições de um Night Biker. Daí nasceu a idéia de criar o Night Biker's Club do Brasil, com o objetivo de fazer os passeios noturnos, fomentar o Mountain Bike no Brasil e difundir conceitos quanto a educação e a segurança do ciclista e da bike. Renata Falzoni, hoje é comentarista da Espn e já andou de bicicleta em mais de 20 países e citou que somente as ciclovias não são suficientes para tornar a bicicleta um meio de transporte. Para ela, é necessário toda uma estruturação cicloviária, que engloba ciclovias, ciclofaixa, bicicletário público, integração com outros transportes, sinalização como um todo e criação de rotas de ciclovias. A ciclovia é um instrumento para você equipar uma cidade de uma forma que você consiga criar rotas para não-motorizados dentro do município.
CONSTRUINDO A INFRA-ESTRUTURA CICLOVIÁRIA (CICLOVIA / TRÁFEGO COMPARTILHADO / INTERSECÇÕES) – aprimoramento de técnicas nos projetos cicloviários; O administrador público, muitas vezes, entende que a bicicleta é mais um estorvo; e acredita que ela irá competir com o carro pelo espaço urbano, e que trará problemas, em vez de soluções. Então, foi importante que os especialistas, os ciclistas e os ativistas que participaram do Seminário de Sorocaba mostrem aos outros administradores públicos que a bicicleta não é um monstro de sete cabeças. É “eventualmente” perigoso, mas não é “necessariamente” perigoso andar de bicicleta no trânsito. É preciso que os responsáveis pela mobilidade nas cidades compreendam quais são as necessidades da bicicleta e o que deve ser feito para garantir a convivência da bicicleta com outros veículos. É preciso alcançar também os comerciantes que muitas vezes resiste à implantação de uma ciclovia ou ciclofaixa, achando que esse tipo de equipamento vai tirar seus clientes, quando, na realidade, estudos feitos no exterior mostram que é oposto: com a ciclovia, o ciclista visita mais a loja e acaba gastando mais no estabelecimento.
Miranda questiona se é o pedestre ou ciclista a prioridade de travessia na área exclusiva de bicicletas? Passeio compartilhado ou ciclovia. Será que a junção dos dois usos surte bom efeito?
Esclarece os passos para cidades que não tem nada de estrutura cicloviária, e os procedimentos para quem já tem alguma rede. Finaliza com as indicações para as cidades que já tem uma rede estruturada. Mostra que a conectividade amplia de forma exponencial o número de viagens por bicicleta em uma cidade e que o tratamento das interseções é fundamental para a segurança.
OFERTA DE ESTACIONAMENTO E BICICLETAS PÚBLICAS (Velib) – estímulo ao uso, segurança, demanda, condições adequadas, estacionamentos seguros, integração com sistemas de transporte coletivos e aos pólos geradores de tráfego; O palestrante Reginaldo Paiva, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), falou sobre a integração da bicicleta com os demais meios de transporte e a preocupação com as políticas públicas para o uso da bicicleta, que praticamente inexistem no país. Agrupou os ciclistas em duas classes: apocalípticos — os corajosos, que não exigem condições de infra-estrutura apropriada; e os integrados, que requerem um mínimo de segurança no sistema viário.Enfatizou que todas as viagens de bicicleta começam e terminam em bicicletários. Salienta que as viagens urbanas de bicicleta já ultrapassam as viagens com o uso do táxi.
Sistema SAMBA - Solução Alternativa para Mobilidade por Bicicletas de Aluguel
O Sistema SAMBA prevê o aluguel de bicicletas com liberação através do uso do celular. Com o celular pode ser feito:
•Liberação de bicicletas
• Consulta a situação de disponibilidade de bicicletas e vagas nas estações
• Consultas do tempo de jornada
• Acesso ao “Segredo” de cadeado.
Os objetivos do projeto são valorizar a bicicleta como meio de transporte e não apenas para lazer;
•Facilidade, versatilidade e alta rotatividade de utilização para pequenos percursos;
•Redução dos engarrafamentos nas áreas centrais das cidades
•Integração com os meios de transporte coletivo (metrô, ônibus, trem).
PERSPECTIVAS DA INDÚSTRIA DE BICICLETAS NO BRASIL - O Brasil é o terceiro produtor mundial de bicicletas e o quinto maior mercado consumidor;
Perspectivas da indústria de bicicletas no Brasil foi tema de debate apresentado pela entidade para integrantes de 38 municípios. A Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – participou na sexta-feira, dia 19 de junho, do Seminário Nacional: Política de Transporte Cicloviário, realizado em Sorocaba, interior de São Paulo. O evento, promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e ENDEC (Sorocaba), reuniu 120 pessoas, de 38 municípios, e estimulou o debate e a reflexão técnica sobre o transporte urbano por bicicletas. Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo, representou a entidade como palestrante, e versou sobre as perspectivas da indústria de bicicletas no Brasil. “São em debates como esse que soluções são difundidas e implantadas nas cidades do país. É uma oportunidade de ampliar o conhecimento e trocar experiências, e nós, da Abraciclo, temos satisfação em participar deste tipo de iniciativa pela chance de levar a diferentes públicos novas visões do setor”, afirmou Moacyr.Em seu debate, a Abraciclo abordou a expansão do mercado de bicicletas no Brasil, segmento em que o país é o terceiro maior produtor mundial e o quinto maior mercado consumidor, além do fato de que esse crescimento vem acompanhado de exigências cada vez maiores de produtos com qualidade, segurança e preços acessíveis.Os fabricantes de bicicletas do Brasil vêem como racional e inevitável o constante crescimento da produção e vendas de bicicletas, por estas serem o mais econômico dos meios de transporte, além de contribuírem fortemente para a preservação da qualidade do ar. A utilização como lazer e como opção esportiva ainda tem muito espaço para crescimento no Brasil, que oferece condições ímpares para a prática das várias modalidades de passeios e competições.
Arturo, cicloativista desde o início dos anos oitenta, coordena a Escola de Bicicleta, foi Bike Repórter da Rádio Eldorado FM, de 1999 a 2001 critica a qualidade das bicicletas fabricadas no País. Arturo veiculava informações pela rádio enquanto pedalava, entre as 18 e às 20 horas, diariamente, pelas ruas de São Paulo. O sucesso era o fato de que além dos boletins sobre o trânsito ele falava sobre a cidade, sobre a vida, pequenas coisas do dia a dia. Ele enfatizou que as bicicletas nacionais não tem número de série e as empresas fabricantes não precisam nem ao menos do Cadastro Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ), alertou diretor da Escola da Bicicleta. Ele descreveu inúmeros problemas de estrutura existentes nas magrelas brasileiras, entre elas, quebras de guidão, colapso das rodas e a fragilidade dos aros. Os acidentes que acontecem com as bicicletas com certeza estão relacionados com estes problemas. Não existe uma estatística sobre o índice de acidentes no País porque somos desprovidos de peritos criminais especialistas em bicicleta, como existe em outros países cuja cultura da bicicleta é enraizada. Outra situação que precisa ser mudada, segundo Alcorta, é que as bicicletas devem ser feitas para atender as estaturas médias da população. A bicicleta tem de fornecer segurança e conforto. Fuja das bicicletas baratas, concluiu.
IMPACTO DO TRANSPORTE CICLOVIÁRIO NO DESENVOLVIMENTO URBANO – a cultura do automóvel e os papéis dos projetos cicloviários no processo de remodelação do espaço urbano.
O ponto chave quanto ao uso da bicicleta é a integração com os outros meios de transporte, segundo a UITP. Isso evita que a pessoa tenha que depender apenas da bicicleta como seu meio de transporte. Com a integração, todos podem ir de bicicleta, percorrendo a distância que separa de uma estação de metrô ou de trem, ou ainda de um terminal de ônibus, e nesses locais encontrar condições de deixar a bicicleta de forma segura, usando o transporte público para ir trabalhar e voltar até a estação, pegar a bicicleta e retornar para casa. É claro que precisamos respeitar o direito daqueles que optarem por usar a bicicleta como seu meio principal de transporte. Ainda temos uma grande caminhada até chegar ao desejado equilíbrio: controlar o trânsito e ao mesmo tempo não perder aquela sensação de liberdade que se tem com a bicicleta.
Passeio noturno
Depois dos debates, os participantes saíram para uma pedalada pela ciclovia da marginal com destino ao Parque das Águas. Para isso, usaram as bicicletas de uma empresa do Rio de Janeiro, que já opera na capital carioca com um sistema de bicicletas de aluguel, o chamado projeto Samba. O percurso de seis mil metros será acompanhado por agentes de trânsito da Urbes.
Semana da Bicicleta
O seminário nacional fez parte da Semana da Bicicleta que seguiu com atividades até o domingo (21) quando ocorreu um grande passeio com saída do Parque das Águas rumo ao Parque dos Espanhóis. A atração de sábado foi uma prova ciclística que se realizou no Parque das Águas, a partir das 12h. O objetivo da semana foi divulgar os meios mais adequados para a integração da bicicleta ao cenário de tráfego da cidade do ponto de vista, tanto do ciclista, como do motorista.
Cristina Baddini Lucas
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