quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pólos geradores de congestionamentos

Nos países desenvolvidos uma empresa com mais de 100 colaboradores ( pólo gerador de tráfego) não pode mudar para um novo empreendimento imobiliário se não comprovar aos órgãos responsáveis pelo trânsito, que haverá estacionamento necessário para todos os colaboradores que possuem automóvel.

O que acontece em São Paulo atualmente é que essa permissão é exigida apenas da construtora que avalia a capacidade de mobilidade dos colaboradores que irão se deslocar para aquele empreendimento. Então é feito uma suposição de uma possível demanda que obviamente é subestimada pela construtora e enviado ao CET que é responsável pela elaboração de um laudo, aprovação da obra e se necessário a solicitação de contra-partida de infraestrutura compensatória para execução do empreendimento.

Pólo gerador de Tráfego em São Paulo é todo empreendimento que movimente no mínimo 500 deslocamentos, como por exemplo: empresas, clubes. Shoppings, condomínios e etc... A CET é a empresa responsável para analisar o impacto dos pólos geradores de tráfego, cujo objetivo é inserir o empreendimento na malha viária existente, diminuir a perturbação gerada pelo empreendimento, viabilizar a absorção da demanda por estacionamento gerado pelo empreendimento.

Calcula-se que cerca de 70% dos colaboradores de qualquer empresa utilizem automóveis para realizarem seus deslocamentos para trabalhar. Tomemos como exemplo uma nova empresa de mudança para a Região da Av. Berrine, na zona sul de São Paulo, (uma das regiões com muitos pólos geradores de tráfego ), cujo empreendimento movimentará cerca 5.000 funcionários diariamente, esse empreendimento vai necessitar de 3.500 vagas de estacionamentos para acomodar todos os carros de seus colaboradores. Não existe nenhum estacionamento particular na região para acomodar esta demanda e a falta de estacionamentos vai gerar um efeito “cascata” que afetará não apenas o trânsito local, como aumentará o preço dos estacionamentos e farão maior pressão sobre o escasso transporte público daquela região, gerando mais caos na vida do Paulistano.

Quando um novo empreendimento deste porte é inserido num local, gera uma quantidade de deslocamentos indiretos, tais como novos restaurantes, serviços diversos, camelôs, postos de gasolina, academias, shopping que começam a coexistir e movimentar a economia local, aumentando o mercado informal, aumentando o trânsito, e maior congestionamento e maior demanda por transporte público.

Cabe a empresa resolver estas questões com urgência, um trabalhador não pode produzir direito depois de passar 2 horas parado no trânsito.

Existe um movimento internacional das grandes empresas em estabelecerem projetos de mobilidade, por uma questão social, ambiental e principalmente econômica, afinal de contas o trânsito afeta o custo do frete, logística e consumidores parado no trânsito não consomem.

do Blog Mobilidade Sustentável

Um comentário:

  1. Boa noite!
    Adorei a matéria acima, pois estou concluindo o curso de Engenharia Civil e o tema do meu TCC é: "O impacto causado por um polo gerador de tráfego em uma área residencial".
    Por gentileza caso tenha mais material sobre este assunto e puder me enviar agadeço segue e mail: priscila_deo@yahoo.com.br.
    Grande abraço

    ResponderExcluir