É
cada dia mais comum topar com uma bicicleta elétrica nas ruas de São
Paulo - elas começaram a virar uma opção ao segundo carro das famílias.
Economia de tempo e dinheiro estão entre os motivos de quem decidiu
fazer o trajeto entre a casa e o trabalho com menos esforço do que em
uma bike comum. E sem queimar combustível. O único receio ainda é o
trânsito violento da capital.
Um pequeno motor elétrico e um pouco de
disposição fizeram o compositor Fabio Góes, de 36 anos, deixar o carro
com a mulher no início do ano e encarar em uma bicicleta as ladeiras da
Vila Madalena, na zona oeste, para chegar ao trabalho, no mesmo bairro.
"Com uma bike comum, teria de tomar banho e trocar de roupa. Criaria um
incômodo que poderia me fazer desistir em pouco tempo", diz. "Por isso,
optei pela bike elétrica."
Góes notou também que o tempo de casa ao
trabalho diminuiu. "De carro, demorava 20 minutos, por causa das voltas e
do trânsito. Com a bike, faço outro caminho e gasto cinco minutos." O
automóvel ficou para os passeios de fim de semana com a mulher e os
filhos. Mas o trânsito assusta os parentes de quem pedala entre carros,
ônibus e motos. A bicicleta deixa o condutor mais exposto do que um
veículo fechado. "Os mais velhos mostram um medo maior de que aconteça
algo comigo. Perguntam se uso capacete, se tomo cuidado", reconhece o
compositor.
Como Góes, o dentista Filipe Valente, de 42
anos, também deixou o carro com a mulher e comprou uma bike elétrica há
um mês. "Ela até já está pensando em comprar uma", conta. Valente leva
20 minutos de Perdizes, na zona oeste, até o Itaim-Bibi, na sul, onde
trabalha. "Às vezes, ficava até 40 minutos só para atravessar a (Rua
Doutor) Renato Paes de Barro. Faço esse trecho agora em cinco minutos",
conta, satisfeito.
Ele destaca como pontos positivos a economia
com estacionamento e impostos: pode-se deixar o equipamento - isento de
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - preso a
postes, por exemplo.
O dentista diz que não faz exercícios há
seis anos. Assim, o motor serviu para compensar a sua falta de preparo
físico. Na maioria dos casos, as bicicletas elétricas têm "pedal
assistido". Ou seja, o usuário precisa apenas pedalar para acionar o
mecanismo que dá impulso para atingir a velocidade desejada ou ajuda a
subir uma ladeira, por exemplo.
Veloz
A autonomia fica em torno de 30 km a 40 km
por carga (na tomada mesmo) de 4h a 8h. E a velocidade, próxima dos 30
km/h, varia de acordo com o terreno e o peso do condutor. Potência,
autonomia e durabilidade influenciam no preço das bikes elétricas, que
vai de R$ 2 mil a R$ 12 mil. Mas, atenção: elas pesam, em média, o dobro
de uma bicicleta comum, que tem em torno de 12 kg.
O tipo de bateria é um dos fatores que podem
elevar o custo. As de lítio, que vêm sendo cada vez mais usadas, são as
mais caras. Pesam, porém, até cinco vezes menos do que as de chumbo. A
vida útil desse componente gira em torno de dois a três anos, algo que
deve ser considerado no custo final: a bateria nova, de lítio, sai entre
R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Recarregar diariamente implica ao ciclista um
acréscimo de R$ 30 a R$ 40 na conta de energia no fim do mês.
De acordo com a Associação Brasileira do
Veículo Elétrico (ABVE), estima-se entre 15 mil e 20 mil bikes desse
tipo no Brasil. Segundo o presidente da ABVE, Pietro Erber, o que
encarece a bike elétrica é o Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), de cerca de 35% (nas bicicletas comuns, é de 12%).
"Potencialmente, poderíamos chegar a ter 50 mil bicicletas de imediato.
Na China, há dois anos, vendiam mais de 11 milhões por ano".
As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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